O primeiro-ministro espanhol, o socialista Pedro Sánchez, disse hoje que a extrema-direita é antieuropeia e nega problemas como as alterações climáticas, pelo que a entrada destes partidos em governos "é uma má notícia".
Sánchez apresentou hoje em Madrid as prioridades da presidência espanhola do Conselho da União Europeia (UE), a partir de 01 de julho, poucas semanas antes das eleições legislativas nacionais de 23 de julho, com possibilidade de mudança de governo em Espanha, para a direita.
As sondagens dão a vitória ao Partido Popular (PP, direita), mas sem maioria absoluta, que seria possível com uma aliança com a extrema-direita do VOX.
O PP e o VOX já alcançaram esta semana um pacto que levará a extrema-direita a entrar no governo regional da Comunidade Valenciana.
Questionado hoje sobre o avanço da extrema-direita na Europa, em governos e outras instituições, e a possibilidade de Espanha mudar durante a presidência europeia para um executivo de direita com o VOX, Sánchez recusou falar sobre "política doméstica" por estar num ato oficial como primeiro-ministro e na sede do Governo do país.
Mas comentou o avanço da extrema-direita no conjunto da Europa, que considerou "uma má notícia".
"Sobre a maior reapresentação das forças antieuropeias, penso que é uma má notícia para o conjunto da União Europeia, entre outras questões porque se aprendemos alguma coisa com a pandemia e depois com a guerra [na Ucrânia] é que aquilo que temos de fazer para sermos mais fortes é unir-nos", afirmou.
"Temos de estar muito mais unidos, o conjunto dos estados-membros, em redor dos desafios comuns que enfrentamos. Ter movimentos políticos que questionam ou que negam esses desafios, como a emergência climática (...) é uma má notícia para o conjunto da Europa", afirmou.
Lusa