O incêndio que lavrava no sul de Ávila desde o dia 05 de agosto foi declarado hoje extinto, depois de consumir 1.500 hectares em vários municípios, informou a Junta de Castilla y León.
As chamas queimaram um total de 1.497,8 hectares em Santa Cruz del Valle, San Esteban del Valle, Pedro Bernardo e Lanzahíta, dos quais 1.392,41 correspondem a área arborizada, 83.92 mato, 18.99 pastagem e 2.48 área agrícola.
Este incêndio, que obrigou à evacuação de uma dezena de habitações na urbanização "El Picadero" em Pedro Bernardo, durante vários dias, foi controlado em 12 de agosto e, desde então mantém-se na zona um posto de controlo para evitar possíveis reacendimentos.
O incêndio em Santa Cruz del Valle atingiu o nível 2, numa escala de perigo de 0 a 3, o que obrigou, nos momentos de maior risco, à mobilização de mais de meio milhar de pessoas de diferentes autarquias, incluindo o governo central, recursos humanos e materiais da Unidade Militar de Emergência (UME).
O trabalho de extinção do fogo foi dificultado por vários fatores, nomeadamente a orografia complicada, as altas temperaturas, o fumo espesso - que dificultava o trabalho dos meios aéreos - e a grande matéria combustível existente no solo, o que contribuía para os reacendimentos.
Durante o combate, quatro membros do contingente ficaram feridos: três devido a insolação e um com uma entorse no joelho.
As chamas obrigaram ao encerramento do trânsito na AV-922, entre os municípios de Mombeltrán, no Barranco de las Cinco Villas, e de Pedro Bernardo.
O incêndio, cujas causas estão a ser investigadas, pode ter sido provocado, segundo referem vários responsáveis pela operação.
O delegado territorial da Junta, José Francisco Hernández, e o presidente da câmara de Santa Cruz del Valle, Enrique Rodríguez, chegaram a apontar que o incêndio foi "intencional, com letras maiúsculas".
Ao invés, continua ativo o incêndio que deflagrou às 11:46 de sábado no município de Solana de Ávila, onde estão no combate mais de meia dúzia de meios aéreos e vários veículos terrestres, refere a agência Efe.
Registaram-se até ao passado dia 21 de agosto, 51 grandes incêndios (mais de 500 hectares), em Espanha, que queimaram uma área florestal de quase 248.000 hectares, segundo dados provisórios do Centro Nacional de Coordenação de Informação sobre Incêndios Florestais, do Ministério para a Transição Ecológica e o Desafio Demográfico.
Segundo dados do referido centro de coordenação, 2022 é o pior ano em termos de incêndios florestais, apenas superado por 2006, período em que se registaram 58 grandes fogos.
De acordo com os dados provisórios fornecidos pelas comunidades autónomas, por número de ignições, a zona mais afetada é o noroeste peninsular (45,05%), seguida das comunidades do interior (37,22%), o Mediterrâneo (17,38%) e as Ilhas Canárias (0,34 %).
O Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais (EFFIS, na sigla em inglês) de Copernicus, revela que a área total afetada, em Espanha, até 26 de agosto, é de 287.633 hectares.
Lusa