A ausência de cônsul no Consulado-Geral de Portugal em Joanesburgo está a revoltar a comunidade na África do Sul. José Nascimento, conselheiro da diáspora madeirense em solo sul-africano, exige "o regresso imediato de um comandante para a nau".
"Este tratamento desigual ao qual somos sujeitos há décadas, da minha parte, acabou, não deixo passar", assevera José Nascimento, conselheiro da diáspora madeirense na África do Sul, quando questionado a comentar a ausência de cônsul em Joanesburgo.
O Consulado está há pelo menos 19 dias sem timoneiro ao leme. Facto que indigna o homem que é advogado na África do Sul.
"Eu acho que uma comunidade com o número de pessoas como tem o Consulado-Geral de Portugal em Joanesburgo, com a atividade e receitas que tem, necessita de um comandante para a nau, e, se não o tem, exige-se o regresso imediato", reclama.
José Nascimento lembra que havia um cônsul em Joanesburgo [Graça da Fonseca] que, entretanto, entrou de licença de maternidade. Após isso foi nomeada uma cônsul interina, Leonor Esteves.
Agora e, de repente, a comunidade deparou-se com o súbito desaparecimento de Leonor Esteves. Facto que intriga o conselheiro.
"Porquê que não renovaram com essa senhora até que a outra não regressasse? Quem tomou essa decisão?", questiona.
Joanesburgo merece um cônsul
Para José Nascimento, "Joanesburgo tem o número suficiente de pessoas sob a sua jurisdição para merecer ter uma ou um cônsul. Não podemos passar meses sem ter ninguém ao comando do Consulado-Geral".
No entanto, o advogado recorda que a chanceler Adalberta Coimbra [mulher que está a comandar as operações] merece todo o seu respeito e elogios mas "por uma questão de respeito e de dignidade" exige que Joanesburgo tenha "alguém no comando".
"Se não tivermos vamos nos queixar", assegura.
Durante o dia de ontem o JM procurou entrar em contacto quer com o Ministério dos Negócios Estrangeiros quer com a Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas mas não obteve qualquer resposta ou esclarecimento ao súbito desaparecimento de Leonor Esteves.
Por Marco António Sousa