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Até a pandemia fez diminuir reciclagem de medicamentos

    JM-Madeira

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    Data de publicação
    04 Agosto 2021
    5:00

    Até 2019, a Madeira registava anualmente um crescimento gradual no que respeitava a recolha de medicamentos fora de prazo. Em 2016 tinham sido recolhidas cerca de 12,3 mil toneladas; em 2017, à volta de 15,6 mil; em 2018 cerca de 16,7mil; em 2019 um total de 18,8 mil e, em 2020, 16,3mil, uma quantidade que nos faz recuar dois anos e que e representa uma quebra de 13,3% em relação a 2019.

    Analisando o Relatório de Atividades de 2020 publicado em abril pela VALORMED [Sociedade Gestora de Resíduos de Embalagens e Medicamentos] é quase que inevitável não associar estas quebras nas recolhas de medicamentos fora de prazo com a paragem forçada que a pandemia nos obrigou a fazer durante quase todo o último ano.

    É a própria entidade a recordar que o ano de 2020 ficou marcado “pelos enormes constrangimentos associados à evolução da pandemia por covid-19, a qual trouxe a toda a sociedade e tecido empresarial nacional inúmeros desafios ao desenvolvimento e evolução do normal desenrolar da sua atividade, aos quais esta entidade não foi alheia”.

    Contudo, refere que, através do SIGREM (Sistema Integrado de Gestão de Resíduos de Embalagens e Medicamentos), continuou “a assumir-se como a única entidade gestora de referência ao nível da recolha das embalagens vazias e medicamentos fora de uso nas Farmácias Comunitárias, Locais de Venda de Medicamentos Não Sujeitos a Receita Médica) e Centros de Receção de Veterinária, contribuindo para assegurar a sustentabilidade ambiental e económica do sistema implementado”.

    64 farmácias aderentes na Madeira

    Na Madeira, são 64 as farmácias comunitárias (63 na Madeira e uma no Porto Santo) que aderem à recolha seletiva de medicamentos de uso humano.

    Apesar do número de toneladas recolhidas anualmente representem, por si só, uma cada vez maior consciencialização por parte das pessoas em relação à importância da separação de produtos farmacêuticos do lixo doméstico normal, a verdade é que os números podiam ser maiores.

    Algumas das farmácias contactadas pelo JM acerca deste assunto, consideraram que a recolha podia ser maior e reconhecem que muitas pessoas ainda não estão sensibilizadas para este tema. Sobretudo as mais velhas não sentem tanto essa responsabilidade social. “Acaba o tratamento, ficam duas ou três bisnagas ou cartelas e estas vão para o lixo normal. Não se dão ao trabalho de colocar à parte para entregar posteriormente na farmácia”, explicou-nos uma farmacêutica, responsável por uma farmácia no norte da ilha.

    “Mas, há também exceções, atenção! Temos clientes, também idosos, que separaram e guardam a embalagens que já passaram de prazo para mais tarde nos trazerem”, comentou outra farmacêutica, funcionária da mesma farmácia.

    Curiosamente são as pessoas mais jovens aquelas que têm mais cuidado com esta questão de separar os medicamentos, evitando enviá-los para o lixo doméstico. Provavelmente porque têm mais consciência em relação ao impacto ambiental que o simples gesto de deitar uma embalagem de medicamentos no lixo ou nas canalizações representam para os ecossistemas.

    No Funchal e nos concelhos vizinhos – e falamos de Santa Cruz e Câmara de Lobos, o cenário é praticamente o mesmo, embora as farmácias contactadas que se situam mais próximas da capital madeirenses tenham registado mais adesão em comparação com as farmácias de outros concelhos mais próximos que, admitiram: “Há reciclagem sim, mas não assim tão frequente”.

    De salientar que das dez farmácias contactadas pelo JM, todas aquelas confirmaram que no decorrer de 2020 (em comparação com 2019) houve, efetivamente, uma diminuição no número de embalagens de medicamentos entregues. “Também não podemos esquecer que houve menos consultas, menos prescrições passadas e até quebra nas vendas pois as pessoas evitavam sair de casa”, recordou-nos um profissional da área.

    Fotos Shutterstock

    Por Lúcia M. Silva

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