O ministro da Administração Interna revelou hoje que 64% dos incêndios registados desde janeiro "tiveram como causa a negligência" tendo referido que o dispositivo de combate aos fogos florestais "é mais forte este ano" do que em 2022.
"Dos incêndios que houve desde janeiro até hoje, 64% desses incêndios tiveram como causa negligência, a negligência nas atitudes e nos comportamentos, nomeadamente no uso de fogo e no uso de máquinas", afirmou José Luis Carneiro, em Valongo, distrito do Porto, à margem das cerimónias que assinalaram o Dia Municipal da Proteção Civil.
José Luís Carneiro apontou ainda estarem identificadas mais de 14 mil situações de falta de limpeza de terrenos privados, mas disse que "é para cumprir" o prazo que determina que a limpeza daquelas áreas tem que ser feita até ao próximo domingo.
"O prazo é para cumprir porque se nós entrarmos na discussão permanente de sempre que se está a chegar a um prazo nós teríamos, certamente, circunstâncias em que se ultrapassaria o período dos incêndios e não se realizariam as limpezas. É mesmo para cumprir e o dever do Ministério da Administração Interna [MAI] é de, com as forças de autoridade democráticas, garantir que se cumprem essas mesmas obrigações", disse.
Segundo o ministro, há cerca de 1000 freguesias identificadas "como prioritárias" e a "GNR, por todo o pais, tem andado a fazer ações de prevenção e já detetou mais de 14.200 situações que poderão corresponder a infrações relativamente à obrigatoriedade de limpezas preventivas".
Sobre o dispositivo de combate aos fogos florestais, o MAI assegurou que o país está preparado: "O Estado tem este ano mais meios humanos, mais meios materiais, investiu mais também, estamos a prever um investimento superior em 20 milhões de euros relativamente a 2022", apontou.
No entanto, José Luis Carneiro deixou alguns alertas e preocupações para a época de incêndios.
"O dispositivo de proteção civil relativo ao combate aos incêndios florestais é mais forte este ano do que foi em 2022, contudo, como bem se sabe, não é suficiente ter mais meios porque os meios são sempre limitados quando a exigência é muita e a exigência de 2023 vai ser, pelas previsões, maior ainda do que foi em 2022", salientou.
Lusa