O antigo presidente do CDS-PP Paulo Portas apoia o eurodeputado Nuno Melo na candidatura à liderança do partido e vai marcar presença no 29.º Congresso no domingo.
"Irei amanhã a Guimarães dar o meu voto a Nuno Melo e às suas listas", anunciou, através de uma nota enviada à comunicação social.
Paulo Portas, líder do CDS-PP entre 1998 e 2005 e depois entre 2007 e 2016, ressalvou que esta presença "não significa qualquer regresso à política partidária ou às suas dialéticas" e constitui "um gesto devido numa circunstância excecional".
"Desde que deixei a política ativa, nunca usei esse voto de inerência", afirmou.
Na nota, Paulo Portas referiu igualmente que liderou o CDS-PP durante 16 anos e que sabe "bem que os resultados das últimas eleições colocaram o partido numa situação de muito risco".
"Admiro a determinação de Nuno Melo em ser candidato num momento tão difícil. Em consciência, sinto que é meu dever, como antigo líder, dar lhe esse sinal de confiança", salientou.
O 29.º Congresso do CDS-PP arrancou hoje em Guimarães, no distrito de Braga, e termina no domingo, com a eleição dos novos órgãos nacionais, encerrando com o discurso de consagração do novo líder eleito.
São quatro os candidatos assumidos na corrida à liderança: Nuno Melo (eurodeputado e líder da distrital de Braga), Miguel Mattos Chaves, Nuno Correia da Silva (ambos vogais da Comissão Política Nacional) e o militante e ex-dirigente concelhio Bruno Filipe Costa.
Paulo Portas está inscrito no congresso, mas ainda era uma incógnita se iria marcar presença. Também Assunção Cristas, que sucedeu a Paulo Portas na presidência do CDS-PP, se inscreveu.
Hoje, o também antigo líder Manuel Monteiro regressou às reuniões magnas dos centristas cerca de 20 anos depois e discursou durante 30 minutos, uma intervenção na qual também declarou o seu apoio a Nuno Melo na corrida à liderança.
O 29.º Congresso nacional do CDS-PP acontece dois meses depois das eleições legislativas de 30 de janeiro, nas quais o CDS-PP teve o pior resultado de sempre (1,6%) e perdeu pela primeira vez a representação na Assembleia da República.
O atual líder, Francisco Rodrigues dos Santos, que tinha sido eleito em janeiro de 2020, demitiu-se depois de conhecidos os resultados.
Lusa