Dia após dia, muitos parecem surpreender-se com a coleção de imagens, do aeroporto de Lisboa e de outros, onde amontoados de malas se juntam a amontoados de pessoas em esperas intermináveis, sem voos nem respostas.
Essa realidade, que parece ter surpreendido Portugal e que é replicada em outros países europeus resulta do óbvio: incapacidade e fé de que tudo vai correr bem!
Durante dois anos de fortes condicionamentos provocados pela pandemia, tivemos companhias aéreas que fecharam, encolheram a sua atividade ou reduziram drasticamente o seu pessoal (por despedimento ou por encontro de outras atividades por parte dessas pessoas dispensadas).
Em resultado disto, os aeroportos e as suas empresas gestoras fizeram correspondentes reduções de pessoal dada a ausência de atividade.
Anunciado o suposto fim da pandemia, tudo voltou ao normal, na cabeça de alguns.
E de entre essas cabeças, parecem estar as de quem lidera companhias aéreas e aeroportos.
Só assim se compreende que as transportadoras tenham colocado no mercado ofertas de voos na quantidade que colocaram.
As pessoas querem voltar a viajar.
Porém estão a ser vítimas da incompetência de gestão e de evidente falta de planeamento. Estão atafulhadas nos corredores dos aeroportos! Sem malas, sem viagens e a dormitar pelo chão!
O que dizer de quem gere companhias aéreas desta forma? Alguém julga possível que com menos recursos humanos, menos equipas e menos tripulações, seria possível retomar operações em escalas próximas sequer das que aconteciam em 2019?
E o que dizer dos responsáveis pela gestão de aeroportos? Com menos trabalhadores do que antes da pandemia, quando em certos períodos já assistíamos a amontoados de passageiros (por existirem picos de atividade), como esperar uma resposta adequada?
Como esperam os aeroportos responder ao forte aumento de atividade (conhecida, previsível, mensurável e logo planeável), com menos recursos humanos?
O número de voos é conhecido. Os passageiros esperados são calculáveis. A necessidade de recursos para responder a todo esse trabalho pode ser estimada!
Não tem explicação, nem é aceitável este caos coletivo, que mancha e prejudica uma atividade da qual, também Portugal depende muito, economicamente - o turismo.