Após pedido de esclarecimento enviado pelo JM ao Ministério dos Negócios Estrangeiros, à Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas e à Embaixada de Portugal em Pretória, um comunicado conjunto garante que "a chanceler está a assegurar o serviço consular regular".
"A titular do Consulado-Geral em Joanesburgo encontra-se em licença de parentalidade desde abril, tendo sido substituída interinamente durante parte desta licença, numa missão de serviço público terminada em julho", explicou o Ministério dos Negócios Estrangeiros(MNE) após solicitação do JM.
O súbito ‘desaparecimento’ da representante consular na cidade sul-africana causou revolta junto da comunidade que lá reside. Neste sentido, contactámos, em simultâneo, o MNE, da Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas e a Embaixada de Portugal em Pretória.
A resposta foi exatamente a mesma que a transmitida pelo Ministério.
Chanceler assegura serviço
Ainda no comunicado enviado à nossa redação, é também garantido que "desde o final da missão de serviço público, a gestão do Consulado-Geral está a cargo da chanceler do posto, estando assegurado o serviço consular regular, ainda que sujeito aos constrangimentos decorrentes da pandemia covid-19".
"A titular do Consulado-Geral reassumirá funções no decurso do mês de agosto", pode ler-se como conclusão do esclarecimento.
Recorde-se o nosso Jornal noticiou, na edição impressa da passada terça-feira, que o Consulado-Geral de Portugal em Joanesburgo estava há vários dias sem representante diplomático.
Após o artigo, surgiram várias críticas.
‘Coro de críticas’
José Nascimento, conselheiro da diáspora madeirense na África do Sul, considerou a ausência "uma falta de respeito e de consideração" pela comunidade. O conselheiro disse ainda que situações como a atual no Consulado demonstram "falta de respeito com a comunidade" e que as mesmas "têm de acabar".
Paulo Neves, deputado do PSD-M na Assembleia da República, foi outra das vozes que criticaram a ausência.
"A ser verdade, é grave e a responsabilidade é do Ministério dos Negócios Estrangeiros. Nós vamos apurar responsabilidades", garantia o social democrata.
Segundo a Direção-Geral dos Assuntos Consulares e Comunidades Portuguesas, viviam na África do Sul cerca de 200 mil madeirenses em 2011. Ao contar com as terceiras e quartas gerações, admite-se que o número de madeirenses e seus descendentes possa ser muito superior, rondando os 500 mil.
Só na cidade de Joanesburgo - uma das mais procuradas - estima-se que residam mais de 250 mil portugueses, na sua maioria madeirenses.
Por Marco António Sousa