José Gonçalves, de 56 anos, tem transtorno de perseguição. Já não saía de casa, localizada no Bairro do Hospital, no Funchal, há três anos. Fê-lo sem ninguém perceber na madrugada da passada sexta-feira, deixando apenas para trás um bilhete de despedida. A família teme o pior e faz um apelo para encontrá-lo.
"Na carta ele disse que ia embora e pediu para cuidarmos bem da nossa mãe que ele ia fazer o caminho dele. Ia descansar. Temos medo que ele tenha decidido pôr termo à própria vida. Queremos encontrá-lo o quanto antes para que ele não faça nenhuma asneira", relatou ao JM Susana Gonçalves, irmão do desaparecido, o qual vivia atualmente com um outro irmão.
A familiar adianta que José Gonçalves tinha "medo de estar no meio de pessoas" e que "achava sempre que o estavam a perseguir". Nesse sentido, alerta, aliás, que o homem costuma andar munido de uma faca por lhe dar, devido ao seu problema de saúde, um sentimento de proteção em relação ao mundo.
"Ele não faz mal a ninguém", assegura Susana Gonçalves, a qual acredita que o irmão não estará no Funchal. "Deve estar escondido na serra, a se isolar", refere.
O desaparecimento de José Gonçalves já foi, entretanto, comunicado à Polícia de Segurança Pública, a quem deve contactar se tiver alguma informação sobre o seu paradeiro.
Cumpre dizer que da última vez que foi visto, o homem, que usa óculos, envergava umas calças castanho claro, uma t-shirt às riscas e um casaco azul escuro.
Bruna Nóbrega