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Artigo de Opinião

Vice-presidente da ALRAM

26/02/2022 08:00

Não há debate onde a oposição não aborde, ad nauseum, as questões relativas à pobreza. São debitados números, taxas, índices, e todo e qualquer dado sem qualquer análise, sem contextualizar, simplesmente debitar de modo que coloque sempre em causa o desenvolvimento que, de forma clara e óbvia, se verifica na Região Autónoma.

Quando abordamos o tema da pobreza, um assunto tão delicado, quando abordamos estatísticas oficiais sobre este tema, devemos fazer uma análise precisa, ao invés de nos focarmos nos títulos e parangonas dos jornais. O rigor e honestidade intelectual devem sempre se sobrepor à insinuação estouvada.

Comecemos então pela taxa do risco de pobreza.

As estatísticas oficiais demonstram que a taxa de risco de pobreza entre 2017 e 2020 na Região diminuiu 3,3 pontos percentuais e está no nível mais baixo de sempre. No país esta mesma taxa cresceu mais de um ponto percentual no mesmo período.

Curioso é verificar que as Canárias, aqui ao lado, uma das regiões da Europa que recebe mais turistas, tem uma taxa de risco de pobreza superior à da região tal como a Extremadura, a Andaluzia, a Calábria, a Sicília, ou pasme-se, a região de Bruxelas, todas elas regiões de países mais desenvolvidas que Portugal. (Fonte - Eurostat, INE)

Outro indicador interessante avaliar é a taxa de privação material severa. Uma vez mais, a leitura parcial dos dados ignora o facto de que entre 2020 e 2021 este indicador apresentou uma diminuição de 2,4 pontos percentuais na RAM, ou seja, de 11,3% passou para 8,9%, enquanto que aumentou 0,6 pontos percentuais no resto do país, ou seja, de 5,4% passou para 6%.

Um outro indicador favorito e avaliado isoladamente, por parte de alguns, é a taxa de risco de pobreza e exclusão social.

Mas também aqui esta taxa teve um mínimo histórico, está pela primeira vez abaixo dos 30%, e enquanto na RAM baixou quase 4 pontos percentuais entre 2020 e 2021, no País aumentou 2,4 pontos percentuais.

Os relatórios das autoridades estatísticas nacional e regional têm muitos outros dados, vejamos o que se refere ao medidor das desigualdades sociais.

Olhemos para o coeficiente de Gini, que é tanto maior quanto maior é a desigualdade. Desde 2019 que a Madeira está melhor que o País neste indicador, o que significa temos menos assimetrias na distribuição do rendimento.

Tudo isto enquanto enfrentamos uma pandemia e suportamos todos os custos para salvaguardar a vida e o bem-estar da população, sem qualquer ajuda do Estado Português.

Não omitimos os números, nem as problemáticas, aliás a Autoridade Estatística Regional, a Direção Regional de Estatística, serviço do Governo Regional, com todo o rigor, transparência e independência, revela e divulga todos os indicadores.

Com todos estes dados a Região concebeu o seu Plano de Desenvolvimento Económico e Social, PDES, quadro estratégico de referência para o desenvolvimento regional no horizonte 2030, onde definiu as prioridades de atuação ao nível das políticas públicas na área da inclusão social. Outro passo importante foi também a elaboração da Estratégia Regional de Inclusão e Combate à Pobreza 2021-2030 que se encontra em curso e que se espera que seja um instrumento fundamental para encontrar novas formas de mitigar e combater a exclusão social.

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