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Artigo de Opinião

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6/12/2023 06:00

No mês da partilha, do Natal, há publicidades que marcam e algumas empresas esmeram-se, se calhar por isso pagamos elevados preços dos seus serviços, por isso faz sentido os valores que se paga.

Não querendo fazer publicidade a essa empresa, pois a mesma não precisa, mas gostaria de destacar a publicidade da MEO que promove a partilha de casa entre jovens e seniores.

De acordo com os dados da PORDATA, mais de 500 mil idosos vivem sozinhos, a mesma publicidade corrobora essa informação e por outro lado existem 120 mil estudantes à procura de um quarto para viver.

A habitação é um problema em Portugal, já se sabe, consequentemente a falta de quartos para jovens estudantes é outro problema, por outro lado existem idosos que vivem sozinhos e cada vez mais isolados, sem ninguém.

Deste modo, o PartilhaCasa.pt fez uma agregação de vários programas de partilha de casa intergeracional, fazendo uma espécie de “win-win”. Perante as dificuldades em todos os anos letivos de se colocar os nossos filhos num quarto para que possam estudar, já que as residências universitárias não conseguem responder, esta pode ser uma excelente opção.

Os jovens poderão ajudar os idosos nas mais pequenas tarefas em casa, bem como ajudar nos custos mensais, bem como os seniores poderão partilhar os seus conhecimentos seja da cidade, seja da vila, seja a ajudar o jovem a integrar-se na comunidade.

Como é óbvio, eu ao descrever a situação parece muito simples, mas todo este processo exige um trabalho de triagem e de identificação de perfis entre o jovem estudante universitário e sénior, bem como o seu enquadramento.

Esta é uma excelente forma de se combater o idadismo, seja este direcionado a pessoas jovens ou a idosos. Se tivermos em conta que somos o 2º país da União Europeia mais envelhecido, só ficando atrás da Itália, estamos a demonstrar que o nosso problema demográfico não fica resolvido com esta pequena ideia, mas minimiza dois graves problemas do nosso país.

Um dia, Pessoa escreveu que só faltava cumprir Portugal, eu não tenho dúvidas, de que, se a população continuar a envelhecer e continuarmos a não ter a respetiva renovação, não vai existir a natalidade necessária, sem que existam soluções para a habitação, soluções para o emprego digno com ordenados dignos, em que um cidadão comum possa comprar 1 litro de azeite, sem ter de vender um rim, aí poderemos dizer que se cumpre Portugal, não naquela grandeza mítica que a Mensagem transporta, mas no sentido de um país decente, com ou sem lítio, de cumprir Portugal no sentido social.

Já a publicidade mostra uma jovem estudante que chega a uma estação de camionagem que sai da sua terra para estudar em Lisboa e vai para um daqueles prédios tradicionais de Lisboa e vai viver com uma senhora idosa que em tempos longínquos foi uma patinadora, e o resto deixo para assistirem aos 3 minutos de uma publicidade fantástica!

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