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Artigo de Opinião

Gestor do Europe Direct Madeira

28/03/2024 08:00

Talvez já seja do seu conhecimento, mas se pesquisar “unidos.eu” irá encontrar um site bem estruturado, disponível nas 24 línguas oficias da União Europeia (o que, infelizmente, nem sempre acontece noutras plataformas, algo que urge corrigir tão rápido quanto possível), cujo tema central gira em torno da cidadania, ou seja, uma plataforma onde a democracia é o elemento-chave, tendo como meta assumida uma experiência que convida deliberada e estrategicamente à participação nas eleições europeias.

Embora tenha plena consciência que, por estes dias, “eleições” seja uma espécie de palavra proibida que desperta algum cansaço aos cidadãos e que, a nível regional, gera sentimentos contraditórias, algures entre a euforia e o pânico, consoante a cor e a agenda partidária, na verdade, não podemos ignorar que as Europeias estão aí à porta, mais precisamente entre os dias 06 e 09 de junho, para a eleição de 720 eurodeputados que terão o privilégio e a honra (assim espero!) de dar voz aos quase 450 milhões de europeus que configuram o projecto europeu, iniciado na década de 50, com a ignição do plano Schuman.

Mas voltando à plataforma “unidos.eu”, projeto da autoria do Parlamento Europeu (PE), será importante referir que se trata de uma iniciativa que vai muito além de um mero site na Web (com acesso direto à campanha e aos materiais de comunicação disponíveis para download). O seu maior ativo é a constituição de uma comunidade de voluntários reunidos em torno do legítimo interesse em divulgar e participar nas eleições europeias, relembrando que, em 2019, no último ato eleitoral, esta comunidade já conseguiu reunir mais de 300 mil cidadãos.

De resto, a plataforma dá-nos todas as informações sobre eventos de mobilização para as Europeias e agrega ainda um capítulo de “ações de formação” onde podemos encontrar cursos gratuitos (poucos, infelizmente) em modalidade eLearning. Independentemente do grau de compromisso de cada um, a inscrição na plataforma é gratuita e, se não quiser ser particularmente ativo, poderá simplesmente subscrever a newsletter, garantindo assim o acesso a informação útil e fidedigna que poderá ser útil no aprofundamento dos conhecimentos sobre estas matérias.

A mais recente iniciativa que podemos encontrar na plataforma é um webinar com o sugestivo título “O essencial da UE em menos de 1 hora” que terá lugar hoje mesmo, pelas 13h30, onde se procurará abordar a importância do voto e o impacto das políticas da União Europeia na vida dos cidadãos, numa iniciativa que tem como protagonistas o Gabinete do PE em Portugal e a ONG Europa XXI.

Devo dizer que falar o essencial da UE em menos de 60 minutos é obra! Não sei oque aí vem, mas despertou-me o interesse. A mim e, certamente, a todos os que se importam com a nossa Europa e com o desafio que temos pela frente em junho próximo, quando se torna cada vez mais evidente que, ao desejo de combatermos as tradicionais elevadas taxas de abstenção, não deverão ser descurados os apelos para votar em consciência e com responsabilidade, recordando que o ato eleitoral é um direito que nos assiste, mas que carrega consigo o dever de assumir a responsabilidade pelas escolhas que se fazem atrás da cortina. Neste contexto, a pergunta que se impõe é a seguinte: a quem queremos dar a benesse de nos representar na única assembleia transnacional do mundo eleita por sufrágio direto, com garantias de que a defesa e a melhoria do projeto europeu, no pleno respeito pelos valores que estão na base da sua arquitetura, estarão sempre presentes no exercício das suas funções durante os 5 anos de mandato? Por outras palavras, precisamos de ouvir (bem) o que nos têm para “oferecer”, para depois refletir, ponderar e só então decidir em consciência e com responsabilidade. Parece simples, mas não estou certo de que todos(as) o consigam fazer.

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