A este propósito, por estes dias, tivemos contacto com duas realidades distintas. Atentem: Um barco de pesca que fazia a travessia da Líbia para a Itália e naufragou com, aparentemente, 750 migrantes a bordo. 104 foram encontrados com vida. 81 já sem essa sorte. E os outros supostos 565?! Que se lixem. Não eram importantes. Era só gente que não tinha onde cair morta e então jogou-se ao mar…

Sensivelmente na mesma altura, aventurou-se também um grupo de magnatas. Consta que queriam visitar o Titanic! Se bem o pensaram, melhor o executaram. Foram todos por lá abaixo até deixarem de dar sinal de vida. Não os condeno. Se era o que queriam, acho muito bem. Só não percebi foi o cagaçal que se armou à volta da operação de resgate de apenas 5 fulanos quando os outros tristes não tiveram a mesma sorte! Será porque uns estavam à tona e outros lá no fundo? Só pode. Percebe-se então que o céu deixou de ser o limite. Antes pelo contrário. O limite parece ficar nos 4km na vertical, mas em direção ao centro da Terra. Lá está. No fundo, no fundo, toda a gente é boa pessoa. E se tiver muito dinheiro, melhor pessoa ainda!

Quem também é boa pessoa é o Papa. Então não é que a vinda do sumo pontífice a Portugal levou a que os jovens entre os 16 e os 30 anos que tenham praticado alguns crimes ou infrações até 19 de junho de 2023 vejam as suas penas reduzidas ou multas amnistiadas? É pois. Se este homem não é um santo, anda lá perto seguramente. É que se fosse eu a mandar, os castigos eram logo dobrados. Nosso Senhor que me perdoe, se for da sua vontade, mas eu não consigo concordar com benesses a quem não sabe viver com regras. Essa história de oferecer a outra face, comigo não cola.

Outra coisa que não cola é ir de férias para algum lado e se meter em sarilhos. Eu cá quando vou de "vacances" só quero que me deixem em paz. Na minha. Sem aventuras. Já não tenho idade para isso. Mas uma espanhola que veio até cá, já não pensa assim. Bem, já não pensa porque já cá não está. Foi desta para melhor a fazer canyoning na cascata Água de Alto em São Vicente! Consta que veio de "cima embaixo" de uns 50 metros. Estava à espera de quê? A malta fornece, entre outras coisas, cordas, arnêses e mosquetões, mas asas não…

Quem também procurou aflições foi um fulano ali em frente à Empresa de Eletricidade. Conta quem viu que o senhor, naquele momento descompensado, se jogou à água uma vez e a coisa correu bem! Ou não. Depende. Não sei a intenção… Porém, ao segundo salto, desapareceu. Afundou. Estaria a fazer apneia? Não demorou muito até aos mergulhadores dos Bombeiros Voluntários darem com o corpo!

Por fim, e não menos trágica, tivemos a partida de Luís. Aleluia. O eterno "menino Tonecas". Que São Pedro o receba melhor do que ele a mim, é o que desejo! Então não é que aqui há largos anos, ainda eu era criança, cruzei-me com ele num hotel do Porto Santo? É pois. O meu tio, infelizmente também já falecido, quis ir cumprimentá-lo e apresentar-me a tão ilustre artista. Armado em vedeta, fez focinho. Enfim… Foi uma pena.

Ps, com isto tudo, estou agora aqui a pensar numa coisa. Sempre achei que quando morríamos éramos enterrados por um motivo de saúde pública. Diz-se que esse ritual foi "instituído" quando a peste bubónica assolou a Inglaterra em 1665. Garantiam assim que os cães não conseguiam ter acesso aos cadáveres e dessa forma propagar a doença. Afinal não era nada disso! Enterram-nos que é para lá no fundo sermos todos boas pessoas… Até os que não prestam para nada! Cruzes credo. A mim não. Não presto vivo nem vou prestar morto.

Aviso já que quero ser cremado! Até vai sair fumo de artifício…

Vá, deixemo-nos disto. Por hoje chega. Descansem em paz.