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Artigo de Opinião

9/09/2023 08:00

O determinismo funciona como num processador interno de um computador: entradas ou "Inputs" iguais, produzem sempre o mesmo resultado ou "Output", em função da sua programação. Um processador mais complexo ou um multiprocessador pode tratar várias variáveis ao mesmo tempo e dar respostas mais complexas, mas ainda assim, é determinista. Dito de outro modo, num ambiente determinista não há acasos, não pode haver escolhas ou aleatoriedade. Não há nada a fazer, o resultado está pré-determinado ou, como tantas vezes ouvimos dizer "o destino está traçado".

Como referi há quatro semanas, o renascimento mudou esse pensamento. Do divino recentrámo-nos no humano e, com a ideia de livre-arbítrio, assumimos que podemos controlar nosso destino.

Em altura de eleições é bom recordar este caminho humanista que temos feito. Se formos livres, somos nós que decidimos o que queremos para o nosso futuro, somos nós que escrevemos a "programação" dos próximos quatro anos.

No entanto, há quem prefira manter-nos dependentes, quem não goste dessa audácia de poder escolher caminhos diferentes e nos queira "progratramar" dizendo que só há uma única resposta. Sem surpresas, essa única resposta esse "projeto claro para o próximo ciclo governativo" é manter tudo exatamente como está. Se não gostarmos da fruta podemos abrir outro cabaz, mas mais verdes ou mais maduras, bananas serão sempre bananas e laranjas serão sempre laranjas e todas acabam por apodrecer.

A verdade é outra. Há muito mais respostas possíveis e bem melhores.

Respostas que passem por uma real capacitação das pessoas, como o Movimento de Apoio à Vida Independente (MAVI) das pessoas com deficiência, que lhes permita contratar assistentes e assim autonomizar-se, deixando de estar dependentes de instituições ou familiares. Ou uma capacitação que invista mais na formação e qualificação das pessoas e que as prepare para um modelo económico assente na criação de produtos de maior valor acrescentado e em emprego bem remunerado. Mas também um modelo em que as respostas sociais promovam a dignidade humana, com apoios sociais justos e transparentes em vez do reforço de apoios obscuros e discricionários das Casas do Povo Côr-de-Papaia.

Também precisamos de uma Educação mais ambiciosa, que aposte em formar pessoas capazes de aprender ao longo da vida e de se adaptar às constantes mudanças do mercado, e vez de pretender responder às necessidades imediatas de mão de obra indiferenciada.

Não, não há uma única resposta e podemos mudar o nosso estado inicial para obter resultados melhores. Parafraseando Zeca Afonso, é já tempo de lhes embalar a trouxa e de os deixar zarpar.

Este é o tempo de mudar a Madeira, de escolher outros. O seu voto conta e não são todos iguais. Desta vez não se deixe enganar. Experimente mudar.

Mas cuidado: há votos que parecem diferentes, mas deixam os mesmos no poder.

E há um voto que muda a Madeira. Use-o!

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