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Artigo de Opinião

Engenheiro

29/02/2024 08:00

O slogan da actual companha do PSD e do CDS às legislativas nacionais tem muito que se lhe diga, é um bom slogan, é uma afirmação poderosa, é uma declaração corajosa, pois não é ambígua, antes pelo contrário, é muito assertiva. O PSD e o CDS com esta frase dizem ao que vêm, e Pedro Coelho, o cabeça de lista da equipa candidata tem materializado na perfeição esta atitude e as políticas que a coligação pretende verem defendidas em São Bento.

Mas para defender a Madeira e o Porto Santo em Lisboa é preciso ter coragem, pois não basta uma retórica fofinha e meia dúzia de argumentos. E por falar em coragem, Pedro Coelho demonstrou que a tem ao aceitar este desafio parlamentar sem pestanejar quando ainda era presidente da autarquia de Câmara de Lobos. De imediato colocou o seu lugar à disposição e enfrentou o repto eleitoral de frente e sem rodeios, não foi empurrado, veio pelos seus próprios pés e com vontade própria para servir o partido. Como diria o enorme Winston Churchill e que subscrevo inteiramente: “A coragem é a primeira das qualidades humanas porque garante todas as outras”. Vamos ter certamente um grande representante, ou melhor, uma grande equipa de representantes das nossas ilhas, porque sei que para estes candidatos o desígnio será sempre: Madeira Primeiro.

Como se não bastasse o desafio já de si enorme, esta candidatura teve ainda de enfrentar o raide aéreo e judicial à nossa terra, mas mesmo assim a equipa manteve-se firme e empenhada. A campanha que estão a colocar no terreno é disso o exemplo, desmascarando o descalabre socialista do nosso país, enquanto apontam o dedo às mediocridades e inseguranças das restantes forças políticas regionais, umas infantis, algumas oportunistas, outras frustradas, mas todas impreparadas. Claro que os acontecimentos do final do mês passado estão a marcar a campanha, não tenhamos ilusões. Já aqui o disse, foi um golpe pesado e com consequências muito negativas, um vil ataque à Madeira e aos madeirenses que teve um custo político desproporcional e muito injusto. Claro que o processo vai ter desenvolvimentos, mas todo o aparato, toda a logística, onde estão os fortes indícios? Tenho para mim que ninguém será indiciado. Como se diz na Madeira, a montanha vai parir uma lagartixa e será uma lagartixa bem anorética.

Mas como não poderia deixar de ser, com ou sem indícios, muitos personagens cá do burgo estão a aproveitar para retirar dividendos políticos, não só na oposição, mas também fora dela, não sejamos ingénuos. No exercício da política a falta de coragem, assemelha-se muito ao comportamento de uma conhecida ave que voa em círculos descendentes, uma ave necrófaga, que se alimenta de cadáveres de animais. Como não têm a coragem nem o engenho para enfrentar as presas de igual para igual, deixam estas morrer ou ficar em estado comatoso e só depois atacam para se saciarem. Claro que o feioso e desajeitado animal em questão é o abutre. A grande maioria não apresenta penas na cabeça, é, pois, uma ave calva e com uma tez rosa, mas existem outras espécies onde estas características não são assim tão evidentes...

Tenho para mim que um político demasiado calculista ou porventura não tão corajoso, não tem futuro. Sem coragem ninguém ganha eleições, sem “ganas” não se governa. O risco, a liderança e a intrepidez devem estar sempre presentes nas atitudes políticas. Na espuma moralista e politicamente correcta dos dias, os patrulhamentos mediáticos patrocinados por um outro tipo de abutres ditam atitudes brandas, agachadas e apaziguadoras. Não concordo, se nos atacam, devemos ripostar, temos de enfrentar quem nos agride, se querem guerra vamos à guerra. E por falar em guerra, Churchill, que durante os bombardeamentos nazis em Londres deambulava pela cidade para se inteirar dos acontecimentos em vez de se refugiar na segurança dos abrigos subterrâneos, disse: “A política é quase tão excitante como a guerra e não menos perigosa. Na guerra a pessoa só pode ser morta uma vez, mas na política diversas vezes”. Mas atenção, na política é também preciso ir à guerra. É necessário pegar em armas e lutar, nunca esperar que os outros o façam por nós, e se assim tiver de ser, morrer ao serviço da nossa primeira causa... a Madeira.

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