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Artigo de Opinião

2/10/2023 07:30

Os resultados eleitorais na Madeira foram também como que uma revolta da Classe Média.

Repare-se que a Coligação PSD/CDS foi penalizada em não conseguir a esperada e justa maioria absoluta. O PS foi penalizado com a perda de oito-oito! - Deputados.

O PSD, na Madeira, e o PS, a nível nacional, certa ou erradamente são olhados como os culpados da transformação do Estado Social num Estado assistencialista.

Claramente, o eleitorado da Classe Média não atura mais continuar subjugado, quer a impostos excessivos, quer a uma inflação prolongada. Duas situações por que responsabiliza o PSD e o PS.

Mas situações que, desgraçadamente, para além de Portugal, tornaram-se rotina das políticas europeias de a partir de há uma década, salvo louváveis excepções: os dinheiros públicos são usados, cada vez mais e irresponsavelmente, para comprar votos!...

Isto é. A Classe Média está sobrecarregada com impostos que, em boa parte, são para subsidiar gente que pode e deve trabalhar, mas não o quer fazer. E muitas vezes subsidiar sem qualquer controlo, sem monitorização, sem conta nem medida.

Faço um parêntesis para sugerir aos Excelentíssimos Governos um estudo para aferir, através dos cadernos eleitorais, se esta gente que pode mas não quer trabalhar, que vive à custa dos impostos de quem trabalha e ainda troça de quem vai trabalhar, por acaso se incomoda a deslocar às assembleias de voto e cumpriu os seus Deveres cívicos... Ao menos.

Adiante. Por outro lado, a Classe Média está também a apanhar pancada da dura, no caso da inflação.

Os Governos sabem que para travar a pressão inflacionista terrível e hoje constante, há que recorrer à subida das taxas de juros, subida que está também a afogar a Classe Média.

Só que as taxas de juro não param de subir!...

E nem assim se está a controlar a inflação!

Porque a política demagógica compra-votos dos Governos responde com mais subsídios ao aumento das taxas de juro.

Ora, se há mais subsídios, fica anulado o efeito da subida das taxas de juro porque os Governos caça-votos, com tais subsídios, anulam o efeito pretendido de reduzir o volume de moeda que está em circulação. Volume que permite aumentar a procura de bens e subir o preço destes.

Assim, nunca mais a inflação é travada.

Nunca mais é travada, mas a Classe Média, em Portugal já de parcos rendimentos, estes geralmente fixos, a Classe Média acaba por ficar ainda mais afogada, quer pela inflação que vai continuando a crescer, quer pelos juros que tem de pagar pelos seus pequenos investimentos. Estes, por sinal, que foram para dar alguma utilidade às suas pequeníssimas poupanças.

Mais. Apesar da crise habitacional, os Governos caça-votos preferiam perder-se numa rede incontrolada de subsídios, também neste sector, em vez de investir em Habitação de forma a que a oferta pública moderasse os preços da oferta privada. O que assim permitiria à Classe Média um acesso a fogos condignos e com uma localização adequada à respectiva vida quotidiana.

Ninguém tem dúvida de que a essência democrática da Classe Média a torna politicamente a mais moderada.

Mas chegou ao momento que se vê obrigada a recorrer ao VOTO DE PROTESTO.

Porquê "de protesto" este voto?....

É que ninguém de bom-senso quer a sua vida governada por partidos radicais e irrepresentativos, sejam de "direita" ou de "esquerda". Porém está na hora do voto de protesto em formações partidárias que não vão chegar à governação e, muito menos, a própria Classe Média tal quer.

Mas é um aviso muito sério aos chamados "Partidos de Governo".

Bem como este texto visa lembrar às minoritaríssimas confrarias partidárias que dizem "ganhar eleições" com nem sequer meia-dúzia de "pobres diabos", que não se devem deslumbrar com estas circunstâncias que são meramente acidentais.

E vamos procurar saídas para o futuro.

Um futuro assente na Democracia Social de que a Classe Média é sustentáculo.

Passados quase 50 anos sobre o 25 de Abril, é espantoso que, salvo um curto Governo da República do "bloco central", imediatamente antes de Cavaco Silva, os dois maiores Partidos portugueses nunca tenham sido capazes de um entendimento PATRIÓTICO para as transformações constitucionais - não esta FRAUDE que é a "revisão" em curso - que colocassem Portugal ao passo das Democracias europeias desenvolvidas e liberto de heranças do PREC comunista.

Sinto que a Classe Média esperou isto, anos e anos!

António Costa é um paradoxo! Inteligente político partidário, porém, só vive para o Partido, não para Portugal, recusa ser o Estadista que necessitamos.

Erradamente empurrou o País para um extremar em dois blocos, deixou o PS vir aproximando-se ideologicamente do radical "bloco de esquerda", faltando à governação socialista, cada vez mais assustadoramente, competências para gerir Portugal.

Quanto ao PSD, infantilmente, depois de Durão Barroso, no Continente, vive descaracterizado e em ambiente de "faca na liga", veja-se o que fizeram a Rui Rio, inclusive provocando eleições internas um mês antes de eleições gerais nacionais!... E esses traquinas já assumiram o poder interno!... Bem como, num primarismo político, se incomodam quando António Costa lhes agita o seu brinquedo "chega"!

A Classe Média, em Portugal, está defraudada pelo facto de um "bloco central" não ter regenerado Portugal de uma Constituição com marcas de sovietismo, como era - e é - obrigação desses Partidos.

Portanto, já lá vão 50 anos, o País continua amarrado ao obscurantismo dos mitos do socialismo radical.

O PS quer assim. O PSD... não percebo.

Então, é tempo de organizar a grande Frente não-socialista que também seja descentralizadora em termos de devolver Portugal aos Portugueses.

É uma Frente sem tretas. Sem cisões. Amarrando à Democracia, anulando-lhes porventura intenções totalitárias, os de posturas radicais.

O Leitor perguntará: mas onde é que este tipo quer que o País vá?...

Longe! É a minha resposta.

Longe deste rame-rame medíocre em que Portugal se afunda num conformismo piedoso dos Portugueses.

Donde a Classe Média quer e tem o Direito de sair.

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