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Eleições: BE ataca PAN por apoiar PSD na Madeira e Inês Sousa Real diz que quis travar populismos

Data de publicação
19 Fevereiro 2024
8:10

A coordenadora do BE acusou no domingo o PAN de ser um partido político pouco confiável por ter apoiado um Governo PSD/CDS-PP na Madeira, com a porta-voz do PAN a alegar que o que pretendeu foi travar a ascensão dos populismos.

Num debate cordial na CNN no âmbito das eleições legislativas de 10 de março, a coordenadora do BE, Mariana Mortágua, disse ser complicado compreender como é que o PAN apoiou “o pior governo que o PSD tem para apresentar que é o Governo da Madeira”.

A bloquista insistiu no facto do PAN ter sustentado um Governo madeirense que se caracteriza pela “especulação, construção, destruição ambiental e por projetos imobiliários que não fazem qualquer sentido como o Dubai Madeira [empreendimento habitacional de luxo que vai nascer na zona oeste do Funchal]”.

Além da Madeira, Mariana Mortágua criticou ainda o PAN por ter viabilizado, ao lado do Chega e do PPM, o Orçamento dos Açores para 2023.

O Orçamento dos Açores para 2023 foi aprovado a 24 de novembro de 2022 em votação final global com 30 votos a favor de PSD, CDS-PP, PPM, IL, Chega, deputado independente (ex-Chega) e PAN e 27 contra, do PS e do BE.

“Não há qualquer coerência, nem uma possibilidade de confiança por parte das pessoas no PAN que tanto apoia um Governo, como apoia outro, e governos da pior direita que temos”, ressalvou.

Na resposta, a porta-voz do PAN, Inês Sousa Real, justificou esse apoio com o facto de ter de ser desígnio de todas as forças políticas democráticas travar a extrema-direita e não permitir que ascenda ao poder.

“Este foi o exercício que o PAN demonstrou que a população não tem de estar refém nem de maiorias absolutas, nem do medo do voto em função do que possa ser o crescimento da extrema-direita”, sublinhou.

Inês Sousa Real vincou que o PAN foi o partido da oposição que mais tem feito aprovar medidas, ao contrário do BE que foi quem abriu a porta à atual instabilidade política quando, em 2021, não permitiu que o Orçamento de Estado fosse discutido na Assembleia da República.

O PAN tem conseguido avanços de causas e compromisso sem renunciar aos seus valores, reforçou.

Mariana Mortágua e Inês Sousa Real divergiram ainda em matéria fiscal, com a bloquista a dizer à líder do PAN que não vale dizer que a descida do IRC de 21% para 17% serve as pequenas empresas, medida que o PAN defende.

A bloquista lembrou que acompanhou o PAN em medidas como a taxa sobre o carbono e atividades poluentes, considerando incoerente a medida do PAN para a baixa do IRC porque vai beneficiar grandes empresas.

“O que eu não percebo é que como é que se introduzem essas taxas [sobre o carbono] e por outra porta se dá um benefício à Galp de 260 milhões de euros em quatro anos com abaixa do IRC”, acrescentou.

Dizendo não perceber a narrativa do BE, Inês Sousa Real explicou que o PAN não está a beneficiar as grandes empresas e menos ainda quem mais lucra e quem mais polui.

Por outro lado, a líder do PAN ressalvou querer medidas que possam sair do papel e chegar aos portugueses, acrescentando que a proposta do BE sobre a limitação da taxa de juros e dos preços dificilmente acompanham as regras da União Europeia.

A fechar o frente a frente, Mariana Mortágua aproveitou a ocasião para dizer que a solução para o país está na esquerda, enquanto Inês Sousa Real ressalvou que o futuro está numa força política alternativa que defenda os animais, cuide das pessoas e valorize a natureza.

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