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Médio Oriente: Amnistia Internacional acusa Israel de ‘apartheid’ na Palestina

Data de publicação
22 Abril 2024
16:03

A Amnistia Internacional (AI) pediu hoje o “desmantelamento do ‘apartheid’ israelita” após os últimos ataques de colonos na Cisjordânia, que deixaram pelo menos quatro palestinianos mortos e vários edifícios e veículos queimados.

“O terrível aumento da violência dos colonos israelitas contra os palestinianos nos últimos dias faz parte de uma campanha de décadas apoiada pelo Estado para desapropriar, deslocar e oprimir os palestinianos na Cisjordânia ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, sob o sistema de ‘apartheid’ de Israel”, afirmou em comunicado o diretor regional da organização não-governamental para o Médio Oriente e Norte de África.

A violência dos colonos israelitas aumentou nos últimos dias, após as autoridades terem encontrado o corpo sem vida de um rapaz israelita de 14 anos, que o Exército disse ter sido assassinado por palestinianos.

Segundo a AI, entre 12 e 16 de abril, centenas de colonos realizaram ataques contra aldeias palestinianas na Cisjordânia ocupada, como Aqraba, Al Mughayyir, Beitin e Duma, entre outras, queimando veículos, casas e árvores.

Pelo menos quatro palestinianos morreram, quer nos ataques, quer nos disparos do Exército, que costuma estar presente neste tipo de acontecimentos e intervir frequentemente em favor dos colonos.

A organização regista vários casos, com base em vídeos ou entrevistas com testemunhas, em que as forças israelitas permaneceram impávidas enquanto colonos disparavam contra palestinianos ou destruíam as suas propriedades.

Os Estados Unidos, a União Europeia, o Reino Unido e a França sancionaram alguns colonos israelitas acusados de participar em ataques violentos na Cisjordânia, mas, segundo a AI, este tipo de medidas são inúteis face à contínua expansão dos colonatos israelitas apoiados pelas autoridades.

Pelo menos 20 comunidades palestinianas na Cisjordânia ocupada foram forçadas a abandonar as suas casas devido à violência dos colonos desde 07 de outubro de 2023, data do ataque do grupo islamita palestiniano Hamas contra o território israelita, no qual morreram 1.200 pessoas e que desencadeou a atual guerra em Gaza, segundo dados do Centro de Informação Israelitas para os Direitos Humanos nos Territórios Ocupados (B’Tselem).

A Cisjordânia ocupada está a viver a sua maior espiral de violência desde a Segunda Intifada (2000-2005) e só nestes primeiros quatro meses de 2024 pelo menos 138 palestinianos foram mortos por fogo israelita, a maioria dos quais alegados milicianos ou agressores, mas também civis, incluindo cerca de 30 menores, segundo uma contagem da agência EFE.

O Exército intensificou as suas já frequentes incursões na Cisjordânia após o ataque do Hamas e, desde então, mais de 460 palestinianos morreram em incidentes violentos com tropas ou colonos israelitas.

Na sexta-feira, a União Europeia aplicou sanções a quatro pessoas e duas organizações acusadas de violação dos direitos humanos na expansão de colonatos na Cisjordânia e os Estados Unidos fizeram o mesmo em relação a duas entidades envolvidas na angariação de fundos para colonos extremistas já sancionados e acusados de atacar regularmente palestinianos.

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