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Comissária defende que economia está dependente dos transportes e relembra pandemia

Data de publicação
04 Abril 2024
15:13

A comissária europeia com a pasta dos Transportes referiu hoje, na capital belga, que a economia está dependente dos transportes, relembrando os impactos verificados durante a pandemia de covid-19 e a guerra na Ucrânia.

“Sem os transportes, a economia não funciona” e os preços também são afetados. “Precisamos deste meio para podermos prosperar”, apontou Adina Vălean, que falava no debate ‘Connectivity with neighbouring countries and the Union’s resilience in the new geopolitical environment’, inserido nos ‘Connecting Europe Days’, que têm lugar em Bruxelas.

A comissária fez questão de recordar, “para aqueles que estão um pouco esquecidos”, o impacto verificado durante a pandemia de covid-19, com os “camiões e o sistema logístico bloqueados”, o que classificou como um “choque” para todos os cidadãos.

Durante a sua intervenção, Vălean referiu ainda que a invasão da Ucrânia pela Rússia afetou este setor, que disse ter sido um dos primeiros a ser chamado a dar resposta ao impacto do conflito.

“Contactámos imensas companhias [de transportes] e também recorremos à ajuda de voluntários. A Comunidade dos transportes foi a primeira a ser chamada”, sobretudo, para dar resposta à questão dos refugiados, notou.

O conflito obrigou igualmente à alteração das regras de importação e exportação, bem como da legislação sobre a rede transeuropeia de transportes, uma vez que foi desenhado um novo “mapa geopolítico”.

A legislação sobre a rede transeuropeia de transportes (TEN-T, na sigla em inglês) é um instrumento para o desenvolvimento de infraestruturas de transportes eficientes e multimodais, incluindo ferrovias, transporte marítimo interior, rotas marítimas de curta distância, estradas, autoestradas, portos, aeroportos e outros terminais.

Por sua vez, o diretor-geral da DG Near (Direção-Geral da Política de Vizinhança e Negociações de Alargamento), responsável pelo processo de alargamento da União Europeia, Gert-Jan Koopman, sublinhou que os transportes “são as veias da economia” e que existem mecanismos europeus de financiamento, que chegam também a alguns aliados da União Europeia.

“No passado, os avanços aconteceram de uma forma mais lenta, mas agora estamos a registar progressos mais rápidos, que dão resposta às mudanças geopolíticas”, acrescentou.

Na mesma sessão, o vice-ministro para as Comunidades, Territórios e Desenvolvimento de Infraestruturas da Ucrânia, Serhii Derkach, assinalou que a guerra com a Rússia mudou o sistema de transportes no país, destruindo, nos últimos dois anos, várias ligações e infraestruturas.

Derkach agradeceu o apoio que tem sido prestado pela Europa, nomeadamente, a extensão da legislação TEN-T, garantindo que a Ucrânia está a trabalhar com a UE, de modo a poder ter uma maior capacidade de interligação em termos de transportes, pessoas e bens.

Já o ministro das Infraestruturas e do Desenvolvimento Regional da Moldova, Andrei Spînu, disse que o país também tem sido afetado pelo conflito, mesmo antes de ele começar, denunciando o que disse terem sido as “chantagens da Rússia” em matéria de recursos energéticos.

“Sentimos este ataque com os quilómetros de camiões parados nas nossas fronteiras [...] ou quando os mísseis chegam ao nosso território”, ilustrou.

Os ‘Connecting Europe Days’, que têm lugar em Bruxelas até sexta-feira, vão juntar mais de 3.000 participantes dos Estados-membros e de países vizinhos, como Suíça, Noruega, Ucrânia, Geórgia, Turquia e Moldova.

No evento organizado pela Comissão Europeia, em conjunto com a presidência belga do Conselho da União Europeia, são esperados ministros, políticos e representantes de instituições financeiras e da indústria dos transportes.

Em cima da mesa vão estar temas como a criação de uma rede de transportes e mobilidade sustentável, o pacto ecológico da União Europeia e a estratégia de mobilidade.

Ao longo destes quatro dias de debate, os oradores convidados vão ainda falar sobre a Rede Transeuropeia de Transportes, os impactos das alterações climáticas nas infraestruturas, a conectividade da rede de transportes com países terceiros e sobre o financiamento dos projetos de infraestruturas de transportes.

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