O patriarca da Igreja ortodoxa russa, Cirilo, visitou hoje num hospital de Moscovo soldados feridos durante a campanha militar na Ucrânia.
O líder religioso, alvo de sanções pelo Reino Unido e muito criticado no Ocidente pelo seu apoio ao Kremlin na ofensiva militar na Ucrânia, agradeceu aos militares pela "defesa da mãe-pátria".
"Para mim é um ato importante, para a minha vida interior, estar em contacto convosco, com aqueles que não tiveram medo da morte e, apesar de terem comprometido a sua condição física, cumpriram o seu dever militar", assinalou, citado pela agência noticiosa oficial Tass.
"Queira Deus que o Senhor, em resposta a este sacrifício para salvar o seu povo, forneça todo o necessário para a vossa vida, abençoe a vossa futura vida familiar, a das vossas famílias e amigos, e o mais importante, vos conceda boa saúde", disse o patriarca aos soldados internados.
Cirilo entregou aos funcionários do hospital um ícone de São Jorge, o padroeiro das Forças Armadas da Rússia.
O patriarca considerou que a imagem de São Jorge constitui uma recordação "das grandes façanhas efetuadas no passado, tanto militares como na vida pessoal e na superação de dificuldades, perigos, problemas, conflitos, e em direção à vitória".
A ofensiva militar lançada pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 15 milhões de pessoas de suas casas - mais de oito milhões de deslocados internos e mais de 7,7 milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Também segundo as Nações Unidas, cerca de 15 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa - justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.
A ONU confirmou que 4.597 civis morreram e 5.711 ficaram feridos na guerra, que hoje entrou no seu 118.º dia, sublinhando que os números reais poderão ser muito superiores e só serão conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.
LUSA