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"Pertencemos a Deus, mesmo que não tenhamos disso consciência", afirma D. Nuno Brás

JM-Madeira

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Data de publicação
15 Agosto 2023
11:31

Preside à missa de Nossa Senhora do Monte neste dia 15 de agosto, dia da padroeira da ilha da Madeira, o bispo do Funchal, D. Nuno Brás, num momento solene que conta com a presença de diversas personalidades e uma igreja repleta de fiéis.

Deixa, sobretudo, uma mensagem de fé, esperança, de crença na humanidade, na necessidade de derrotar qualquer vaidade ou presunção e, na mesma linha, na obrigação de percorrer o caminho da vida, não despido de vicissitudes, ao lado de Deus.

"Olhando para o Céu, percebemos que pertencemos a Deus, mesmo que não tenhamos disso consciência — que triste é existirem, ainda hoje, tantos seres humanos a quem não chegou esta Boa Notícia!", assim o pormenorizou.

Mas na homilia, D. Nuno Brás começou por evocar tradições bíblicas, utilizando o exemplo da «Arca da Aliança», referência que transpôs, numa segunda parte do seu discurso, para os tempos mais modernos, apelando a todos se lembrem de Deus nas suas ações e no caminho que vão trilhando na terra, dispensando, deu a entender na sua mensagem, os egocentrismos.

"Neste dia da Assunção de Nossa Senhora ao Céu, nesta Solenidade de Nossa Senhora do Monte, somos, também nós, convidados a contemplar a verdadeira e definitiva Arca da Aliança", afirmou o bispo.

"Não tenhamos medo de erguer os olhos ao céu para contemplar a Virgem Maria. Alguns, poderão acusar-nos de esquecer a realidade em que vivemos; dirão que o importante é olhar a terra que pisamos, para a transformar com o nosso idealismo, os nossos sonhos, a nossa vontade, as nossas forças. Esquecem que só descobrimos o exato valor do real quando o percebemos a partir da sua finalidade, da sua meta. O mesmo é dizer: quando dirigimos o nosso olhar para o Céu e nele descobrimos a verdadeira Arca da Aliança", considerou, deixando, depois, o alerta para o perigo que algumas ideologias acarretam. "Não se trata, pois, de moldar a realidade a partir das nossas ideias e dos nossos sonhos. Essas ideologias humanas sempre se mostraram perigosas: foi assim no século passado, com os seus milhões de mortos, causados por ideologias que, precisamente, recusando-se a olhar para o Céu, negando a existência ou a importância de Deus, endeusavam a figura do líder, aniquilando a dignidade do ser humano".

"Qualquer ser humano é um verdadeiro lugar de encontro entre Deus e o Homem". Eis uma das principais mensagens passadas por D. Nuno Brás, inspirada, conforme deu a entender, no Papa Francisco.

O bispo do Funchal chamava a atenção para a pressão que impõem as atuais sociedades e lembrou que ninguém está só.

"Não somos nem deuses, nem os abandonados a um destino trágico, condenados a viver, cada um por si, quais protagonistas de um reality show obrigados sobreviver numa ilha. Olhando para o Céu e contemplando a Arca da Aliança, percebemos que todo e qualquer ser humano é amado e querido por Deus (no-lo recordava, ainda há dias, o Papa Francisco); percebemos que todo e qualquer ser humano é um verdadeiro lugar de encontro entre Deus e o Homem", transmitiu.

"Olhando para o Céu, percebemos que pertencemos a Deus, mesmo que não tenhamos disso consciência — que triste é existirem, ainda hoje, tantos seres humanos a quem não chegou esta Boa Notícia! Percebemos que Deus nos ama, ainda que o nosso caminho se tenha afastado dele. Contemplando o Céu, percebemos a nossa vocação divina. Percebemos que somos convidados a ser muito mais que aquilo que já conseguimos. Que somos convidados a ser sempre mais — seja como projecto pessoal, seja como projecto de comunidade, de Região, de país".

"Contemplando o Céu, percebemos como se enganam aqueles que julgam vencer com as suas forças ou a sua esperteza. A vitória do ser humano (de todos e de cada um), ou é a vitória do Deus connosco, Jesus Cristo, ou é um caminho inclinado para a derrota e para a morte. Não tenhamos medo de contemplar o Céu: não é perda de tempo ou tarefa para inúteis preguiçosos. É antes a condição para não nos enganarmos no caminho da construção do homem que somos e da sociedade em que queremos viver".

Findada esta parte, terá lugar a procissão em honra de Nossa Senhora do Monte.

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