PCP expõe "drama dos salários em atraso" em várias empresas do setor da hotelaria

O PCP realizou hoje, no centro da cidade do Funchal, uma ação de contacto com trabalhadores, com o objetivo de afirmar que "em tempo de pandemia os direitos laborais não foram de quarentena".

Na ocasião, o deputado do PCP, Ricardo Lume, afirmou que "a situação social que se vive nesta Região torna-se dramática para milhares de pessoas" e lembrou que apesar da necessidade de "combater e liquidar o vírus", "não é aceitável que se aproveite o vírus para liquidar direitos".

O PCP assegura que na Região "existem cada vez mais trabalhadores que não recebem salários há vários meses", um dos problemas "potenciados com a pandemia", mas que "já existiam na Região".

O partido, através de Ricardo Lume, reporta que, em empresas do sector da hotelaria, "como, por exemplo, a Quinta do Lorde, o grupo Quintas da Madeira, o Café Relógio", assim como em outros sectores de atividade, "como por exemplo na vigilância (Grupo Provise)", os trabalhadores "vivem o drama dos salários em atraso".

Os comunistas asseguram ainda que existem igualmente muitos trabalhadores que, estando regime de lay-off, "se encontram confrontados com os salários em atraso". "Para este problema humano e social as justificações são as mais diversas por parte da entidade patronal: que a segurança social se atrasou no pagamento ou que a linha de crédito do Governo Regional tarda a chegar", refere o PCP, que acrescenta que a "realidade é que é sempre o trabalhador que fica penalizado, sem os meios necessários para dar resposta às suas necessidades e da sua família". "Perante esta realidade concreta importa afirmar que a fatura da atual crise não pode cair sobre os trabalhadores. É necessário que o Governo da República e o Governo Regional deixem a propaganda e passem efectivamente a dar as respostas necessárias aos problemas dos trabalhadores e ao povo", defende.

É neste sentido que, para o PCP, se justifica "uma grande campanha em defesa dos direitos laborais" na Região. "Requerem-se medidas extraordinárias de natureza social e económica para vencer toda esta enorme batalha pelos direitos dos trabalhadores, numa batalha política pela justiça social", acredita Ricardo Lume.