Peritos discutem impacto das espécies invasoras

Susy Lobato

Combater as espécies invasoras nas Ilhas Desertas não tem sido tarefa fácil para o Instituto das Florestas e Conservação da Natureza (IFCN), que encara o combate às cabras existentes no local como um verdadeiro desafio.

«Do ponto de vista dos vertebrados, esse é um dos maiores problemas que temos», afirmou esta manhã o vice-presidente do Instituto, Paulo Oliveira, antes de um encontro europeu com o Grupo de Peritos em Espécies Invasoras da Convenção de Berna, que reuniu vários especialistas da área.

«É o problema que nos preocupa mais e, também, aquele para o qual é mais difícil de dar resposta», prosseguiu, explicando que as dificuldades estão relacionadas com questões logísticas, questões de ordem legal e também questões de capacidade de intervenção no terreno.

Relativamente ao combate das plantas invasoras, que é também uma preocupação do Executivo madeirense, Paulo Oliveira avançou que existem uma série de projetos no terreno, nomeadamente nos sítios mais críticos da Região, onde têm sido retiradas as plantas invasoras e plantadas novas espécies - sobretudo indígenas - por proporcionarem equilíbrio aos ecossistemas.

Uma intervenção que tem de ser redobrada, em consequência dos incêndios ocorridos no verão do ano passado que deixaram o ecossistema mais vulnerável. O responsável sublinhou que «os incêndios criam as condições para as plantas invasoras proliferarem e, por sua vez, elas criam condições para os incêndios existirem», sendo que, neste momento, estamos perante «um ciclo que é importante quebrar».

No encontro, que decorre no Colégio dos Jesuítas até o próximo sábado, um conjunto de peritos de vários países irá discutir, do ponto de vista técnico, o que tem sido feito, a nível mundial, relativamente ao combate e prevenção do problema das espécies invasoras, bem como partilhar experiências e perspetivar futuras ações.

No sábado, o grupo fará uma visita à Reserva Natural das Ilhas Selvagens.