Destino Porto Santo "está a ser largamente lesado" com cancelamentos de voos
O presidente ds Câmara do Porto Santo considerou, esta segunda-feira, "anormal", "grave" e "inaceitável" o cancelamento das ligações aéreas inter-ilhas, pedindo a intervenção do Presidente da República.
"Decidi convocar esta conferência de imprensa com o claro intuito de enviar uma mensagem direta ao ministro do Planeamento e Infraestruturas, Pedro Marques, responsável pela atual situação que se vive com os constantes cancelamentos das ligações aéreas, anormais e inéditas, dos últimos dias, tendo afetado dezenas de pessoas, em especial os porto-santenses", explicou Idalino Vasconcelos.
Até ao momento, vincou, "ainda não tivemos qualquer reposta oficial acerca do ponto de situação da concessão da linha aérea, uma responsabilidade direta e exclusiva do Governo da República Portuguesa, apesar dos nossos esforços conjuntos com o Governo Regional da Madeira e com o deputado da Assembleia da República, Paulo Neves".
Idalino Vasconcelos aproveitou a conferência para exigir uma audiência ao ministro do Planeamento e Infraestruturas, Pedro Marques, de modo a obter esclarecimento sobre a concessão e todos estes cancelamentos. "Estou disponível para ir a Lisboa imediatamente. O povo do Porto Santo também exige uma resposta imediata do ministro Pedro Marques", sublinhou.
Para o autarca porto-santense, é "totalmente inaceitável que, desde o dia 7 de agosto até este momento, tenham sido cancelados 16 voos, repito dessasseis voos, sendo que o motivo alegado pela Companhia Aérea tenha sido e cito: 'as condições meteorológicas não eram aceitáveis no âmbito dos procedimentos de segurança da companhia, (...)'".
"Entendemos que os cancelamentos das ligações aéreas por motivos operacionais se encontrem ligados a condições meteorológicas desfavoráveis e à própria segurança dos passageiros, mas não podemos aceitar e reprovamos liminarmente os cancelamentos apenas entre as ligações aéreas entre o Porto Santo e o Funchal, quando outros voos, para outros destinos, inclusivamente Canárias, operam normalmente, no Aeroporto Cristiano Ronaldo e do Aeroporto do Porto Santo", disse Idalino Vasconcelos.
O edil lembrou que esta é uma ligação de interesse público "muito importante para a ilha do Porto Santo", que "depende fortemente dos transportes aéreos e marítimos para garantir a continuidade territorial".
"Qualquer cancelamento injustificável é inaceitável é um entrave à mobilidade dos passageiros, em particular, todos os porto-santenses, onde se incluem crianças, idosos e doentes de cadeira de rodas e ainda o transporte de mercadorias, tais como os medicamentos".
"Consideramos que o destino Porto Santo está a ser largamente lesado, em especial nesta altura do ano, causando danos irreversíveis na economia e na imagem da nossa ilha, que comemora este ano 600 anos do seu descobrimento", reiterou.
Para Idalino Vasconcelos, a companhia de aviação Binter, alegadamente, "está a escudar-se apenas nas condições meteorológicas e da parte do Governo Central ainda não há uma resposta oficial, razão pela qual solicitei hoje mesmo, por correio electrónico e carta registada, a intervenção do Presidente da República Portuguesa, a quem demos conta que não podemos aceitar que o princípio da continuidade territorial, inscrito na Constituição seja cilindrado", anunciou.
Por fim, acrescentou, "demos conhecimento à ANAC, ao Ministério do Planeamento e Infraestruturas e ao Governo Regional da Madeira, para que se esclareça tudo ao povo do Porto Santo, porque aqui também é Portugal e esta ilha não merece tamanha desconsideração, quer pelo Governo da República, quer por qualquer companhia aérea, disse.
"Fica aqui registado o nosso mais total repúdio com o tratamento com a ilha do Porto Santo", rematou.
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