Sindicatos devem estar preparados para responder às novas situações
A histórica sindicalista Guida Vieira considerou, em declarações ao JM, que os sindicatos devem estar preparados para responder às novas realidades laborais, aumentando, assim, a sua abrangência.
Guida Vieira falava a propósito de uma tertúlia alusiva à importância do sindicalismo, que decorreu esta manhã, no Espaço Paulo Martins, localizado na Rua dos Tanoeiros, e que contou também com a participação de Marco Vieira, do Sindicato dos Estivadores do Caniçal.
"Neste momento, os sindicatos estão a ser confrontados com novas situações, como são os casos dos trabalhadores independentes, dos trabalhadores a recibos verdes ou dos trabalhadores ao domicílio, isto é, há um novo conjunto de trabalhadores a precisarem de respostas sindicais e, por isso, os sindicatos devem alargar a sua abrangência e a sua atividade", comentou a sindicalista madeirense.
Guida Vieira realçou ainda que os sindicatos "são o que os trabalhadores quiserem" e que é "participando, intervindo, contestando e propondo" que se melhora a atividade sindical. "Não é ficando de fora e dizer que o sindicato não dá respostas", sustentou.
Na ocasião, Marco Vieira não só partilhou a sua experiência como sindicalista, como também levou a luta dos estivadores para cima da mesa, lembrando que o Sindicato dos Estivadores e da Atividade Logística (SEAL) tem marcada uma greve para o Porto do Caniçal entre as 8 horas do dia 27 de julho até às 8 horas do dia 28, paralisação que se estenderá a outros portos nacionais.
De referir que esta greve se deve à “crescente proliferação de práticas antissindicais nos diversos portos portugueses, revestindo-se estas de extrema gravidade no porto de Leixões e permanecendo ainda graves no porto do Caniçal”.
Entre os assuntos discutidos estiveram, também, a importância da "dignidade sindical" e o respeito pelos direitos dos trabalhadores, várias vezes 'minados' pelas entidades patronais.
“Num contexto de recuo da proteção dada pela legislação do trabalho aos trabalhadores, de perda de rendimento, direitos e regalias de quem vive do trabalho e de uma crescente concentração da riqueza, qual o papel que o sindicalismo pode desempenhar?” foi a questão que deu o mote para esta tertúlia, promovida pelo Bloco de Esquerda/Madeira e que contou com a presença de trabalhadores de vários setores de atividade.
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