Albuquerque quer intervenção de organismos reguladores nos preços praticados pela TAP

Carla Ribeiro

O presidente do Governo Regional da Madeira diz que tem de haver uma intervenção dos organismos reguladores para travar os preços que têm vindo a ser praticados pelas companhias aéreas, designadamente a TAP, no percurso entre o território continental e a Madeira. Miguel Albuquerque disse-o aos jornalistas em declarações prestadas no final de uma reunião que manteve, nos Açores, com o presidente do Governo Regional daquela região, Vasco Cordeiro.

“É um serviço necessário [organismo regulador do Estado] e que tarda. É injustificável o porquê de a TAP praticar, num percurso de 900 km, o preço mais caro do Mundo . Se os organismos reguladores não vierem a intervir, não servem para nada”, apontou.

O chefe do Executivo madeirense voltou a reafirmar que a Madeira não aceita a regionalização do subsídio destinado a este setor. “Entendemos que o subsídio de mobilidade deve ser uma responsabilidade do Estado”, disse.

Naquele encontro, refletiu - se o percurso da cooperação entre as duas regiões autónomas, na cimeira Madeira-Açores, o qual ” tem decorrido muito bem em todas as áreas de intervenção”.

Miguel Albuquerque defendeu a importância de terem sido retomadas as cimeiras entre as duas regiões autónomas e destacou o trabalho que está a ser feito relativamente ao próximo Quadro Comunitário de Apoio. O chefe do Executivo madeirense sublinhou que há um conjunto de desafios que são colocados e que são comuns às regiões ultraperiféricas e que têm necessariamente a ver com a necessidade de o próximo QCA acautelar aquelas que são as especificidades da Madeira e dos Açores.

Albuquerque lembra que, quer a Madeira, quer os Açores [ o quadro das RUP] têm uma dimensão fundamental, no ponto de vista geo-político, quer para Portugal, quer para a Europa.

“Somos a projeção nacional no Atlântico. É graças à Madeira e aos Açores que o nosso país tem uma plataforma continental das melhores do Mundo”, afirmou em declarações aos jornalistas. No quadro da UE, o presidente do Governo Regional lembra que a dimensão externa é dada pelas regiões ultraperiféricas, posicionadas no Atlântico e no Índico. Dada a dimensão geo-política, é fundamental que a EU continue a levar em linha de conta os

problemas das regiões: falta de escala, distanciamento geográfico, por exemplo.