Movimento diz que Porto Santo "voltou a ficar para trás" na visita de Costa à Madeira
O movimento 'Mais Porto Santo' denunciou, esta terça-feira, o modo como os porto-santenses "continuam a ser esquecidos e tratados pelos Governos da República e da Madeira".
"Tal como esperávamos, a visita do primeiro-ministro ao arquipélago da Madeira não trouxe nada de novo para Porto Santo. Ao contrário do que andou a apregoar o vereador Filipe Menezes de Oliveira, que anda mais preocupado em defender o Governo da República do que propriamente em defender os interesses dos porto-santenses, talvez consciente de que o "tacho socialista" está a ficar vazio, António Costa não pronunciou uma única palavra sobre a adjudicação do concurso internacional para a linha regular entre a Madeira e o Porto Santo. Isto é vergonhoso, lamentável e ofensivo à dignidade da população, que não consegue marcar viagens a partir de 4 de Junho", acusa José António Castro, vereador que dá voz "à extrema preocupação dos porto-santenses".
"A atuação deste Governo da República, que não se mostra interessado com a continuidade territorial, que é uma obrigatoriedade do Estado, é assustadora, ainda mais quando é defendido por alguns socialistas do Porto Santo, como é o caso do vereador Filipe Menezes de Oliveira, que anunciou alto e bom som ter-se reunido diversas vezes com o Ministro e o secretário de Estado das Infraestruturas, Recursos Naturais e Ambiente, mas que trouxe sempre uma mão cheia de nada. Ainda para mais às custas de todos nós, pois os "passeios" a Lisboa não foram pagos do seu bolso", lembra José António Castro, que também responsabiliza o Governo Regional da Madeira pela não resolução do concurso público para a ligação inter-ilhas.
"A preocupação do atual executivo madeirense é somente para com o novo hospital e a deficitária ligação de ferry entre o Funchal e Portimão. O resto é paisagem, infelizmente. Por arrasto, a Câmara Municipal do Porto Santo, que nada faz sem a autorização das cúpulas do PSD/Madeira, vai assobiando para o lado, limitando-se a acusar o Governo da República de nada fazer, ainda que esteja perfeitamente ciente de que uma intervenção mais séria e humana por parte de quem governa os destinos do nosso arquipélago ajudaria a resolver este impasse, que tem graves prejuízos para a população e, naturalmente, economia do Porto Santo", frisa o vereador do movimento de cidadãos independentes, que promete não desistir de lutar.
"Não nos vamos deslocar a Lisboa para fazermos show-off, pedindo reuniões com ministros e secretários de Estado que nada resolvem, como outros o andaram a fazer, porque não temos dinheiro para esse fim, pois não somos "alimentados" por uma máquina partidária do bloco central, isto é, PS e PSD. Mas não vamos desistir de lutar por um futuro digno dos porto-santenses, pois essa é a nossa matriz. Mesmo longe dos poderes de decisão, sem compadrios e sem estarmos vendidos a interesses de terceiros que não sejam os nossos, prometemos não desistir".
José António Castro adianta ainda que, "se somos obrigados a pagar a autoestradas fantasmas que se construíram no País, que vão custar aos portugueses até 2043 a módica quantia de 440 milhões de euros ano, temos de conseguir responsabilizar os governos da República e da Madeira para uma solução rápida sobre o concurso público internacional de concessão dos serviços regulares na rota Porto Santo/Madeira, que vai custar a mísera quantia de 5,6 milhões de euros por um período de três anos. E só o vamos conseguir se sairmos à rua em protesto, com a revolta do povo, independentemente das nossas cores políticas, porque em primeiro lugar está o Porto Santo ".
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