Número de enfermeiros formados na Região não chega para cobrir totalidade da população

Tânia R. Nascimento

Mesmo que a Madeira quisesse dotar o seu de sistema de saúde de enfermeiros em número suficiente para cobrir toda a população, o atual número de pessoas formadas não chegaria, disse, esta manhã, a presidente do Conselho de Direção da Escola Superior de Enfermagem de São José Cluny.

“Se quiséssemos admitir mais profissionais, seria preciso recorrer a outros locais do País ou mesmo do exterior, mas neste momento, o que acontece é o inverso”, argumentou, sublinhando que o País “não tem enfermeiros a mais”, mas sim o contrário.

Merícia Bettencourt adiantou que “a dissonância entre o que é necessário e o número de vagas” nas instituições justifica a existência de tantos profissionais no desemprego e considerou, neste contexto, que é necessário apostar mais na “enfermagem de proximidade”.

“Vejamos a quantidade de pessoas que vivem isoladas, que contraem doenças e incapacidades”, recordou, adiantando que esta maneira de trabalhar “atalharia a tempo” os problemas, promovendo “mais saúde e menos custos” para o Estado e para os sistemas de saúde.

Hoje, a Escola Superior de Enfermagem de São José Cluny completa 69 anos. Mais contida, uma vez que o País está de luto, a celebração arrancou cedo e incluiu uma Eucaristia de Ação de Graças pelo trabalho desenvolvido durante quase sete décadas nas áreas da educação e da saúde, recordando, ainda, as vítimas dos últimos incêndios.

A celebração serviu, também, para homenagear a Irmã Madalena Lacerda, uma das personalidades impulsionadoras da Enfermagem na Madeira - e diretora da escola entre 1965 e 1971 - que dá agora nome à biblioteca do estabelecimento de ensino.

Todos os anos, a São José de Cluny forma, em média, 35 alunos. Este ano, são cerca de 200 os estudantes que frequentam as escola, incluindo cursos de base, pós-licenciatura, Curso Técnico Superior Profissional e mestrado.