A época oficial para a safra do atum tem início hoje. Os trinta atuneiros da Madeira estão em terra. Os armadores dizem que não saem sem terem garantias de que há peixe e de que há apoios por parte do Governo Regional para ajudar no combustível. Jacinto Silva, presidente da COOPESCA voltou a garantir, hoje, ao Jornal, que ninguém foi ao mar. Os pescadores estão ansiosos, como admite mas os armadores não podem correr o risco de, numa viagem, perderem 30 mil euros em combustível e não trazerem peixe para vender.

A Secretaria Regional de Mar e Pescas esteve, hoje, no Caniçal e constatou que os preparativos estão a decorrer. As embarcações estão a encher-se de mantimentos e alimentos. Jacinto Silva afirma, ao JM, que o seu barco já está preparado há quase um mês e também está cheio de combustível. Contudo, os armadores decidiram aguardar por "uma decisão do Governo ou da União Europeia" para "ajudar no combustível que está a escaldar". Explica também que a temperatura da água do mar não está a fazer com que haja cardume. Assim, os armadores decidiram que não vão, para já, para o mar e não há data para tal. "É esperar!", refere Jacinto Silva, que explica compreender os pescadores, que precisam de dinheiro mas lembra que o armador, ao largar o porto, já pode estar a perder dinheiro, caso, ao fim de dias, volte sem atum para vender.

A Secretaria liderada por Teófilo Cunha lembra que, desde 2020 e até ao final de 2021, o Executivo regional concedeu mais de 2 milhões de euros de apoios aos pescadores, armadores e apanhadores de lapas, incluindo a isenção do pagamento de taxas nas lotas e entrepostos e o abastecimento de gelo, verbas que foram suportadas exclusivamente pelo Orçamento da Região. Estas ajudas não contabilizam o apoio que o Governo Regional atribui todos os anos para a redução do preço dos combustíveis.

Àqueles valores "é preciso somar mais 2 670 018, 07 euros de apoios, no âmbito do Fundo Europeu dos Assuntos Marítimos e das Pescas e Aquicultura (FEAMPA)".

Carla Ribeiro