A Secretaria Regional de Educação, Ciência e Tecnologia (SRE) e a Associação Nacional para o Estudo e Intervenção na Sobredotação (ANEIS), celebraram hoje um protocolo de colaboração institucional que, entre outros objetivos, pretende reforçar a estrutura regional que presta apoio aos alunos sobredotados (Gabinete de Apoio às Altas Capacidades).
O documento define ainda as linhas técnico-científicas para promover a realização de trabalhos em equipa, nomeadamente, através da colaboração em projetos/atividades pedagógicas, em ações de formação, da participação em estudos, seminários, workshops e iniciativas públicas e da divulgação e dinamização do Observatório para a Sobredotação e Talento.
Quanto ao apoio ao Gabinete de Apoio às Altas Capacidades, um dos desideratos passa não só por reforçar o organismo regional, como também "dar continuidade ao trabalho de identificação, de atendimento no seio de uma educação inclusiva e da realização de estudos de suporte às práticas destes alunos com ‘Altas Capacidades’ e da disponibilização de apoio também às suas famílias e às suas escolas. O investimento e a disponibilização de recursos, bem como a criação de legislação e diretrizes próprias, acentuam o pioneirismo da RAM no contexto português".
Este gabinete tem como principais objetivos colaborar com os estabelecimentos de educação e ensino e outros serviços no processo de intervenção e avaliação de crianças e alunos com altas capacidades.
Na assinatura do protocolo, que decorreu na Escola Básica e Secundária Gonçalves Zarco, onde também teve lugar a conferência de apresentação do ‘Observatório para a Sobredotação e Talento’, o secretário regional de Educação destacou as mais valias de estar concentrado numa única Secretaria tudo o que esteja relacionado com a educação.
"Somos a única região do país onde o sistema de formação, desde o zero aos 100 anos, está numa única Secretaria, como as creches (no continente e Açores, estão na Segurança Social) ou o pré-escolar (nas autarquias no continente)". Jorge Carvalho entende que no modelo regional, o sistema educativo promove inclusão e uma intervenção mais adequada, acertada e atempada em cada fase do ensino, para além da importância de acompanhar o melhor possível o aluno e as suas características.
O governante lembrou ainda que, desde 1995, que a Região tem acompanhado de forma mais específica os alunos sobredotados na identificação e nas respostas adequadas a cada um.
Antes, Alberto Rocha, presidente da ANEIS, enalteceu o interesse demonstrado pelas entidades regionais sobre a sobredotação, para o devido acompanhamento do aluno sobredotado na escola e no seio da família, "apoiando o seu desenvolvimento intelectual, social, emocional e educacional".
"Infelizmente verificamos alguma inércia nesta área pelo fenómeno de sobredotação ser encarado com alguns preconceitos e mitos", reconheceu o responsável da Associação Nacional para o Estudo e Intervenção na Sobredotação, defendendo que o pressuposto básico de um sistema educativo deve ser "o de aceitar as diferenças individuais" e de tentar encontrar as melhores respostas para todos. "Não há nada mais desigual do que tratar de forma igual pessoas que são diferentes".
Paula Abreu