Pedro Calado manifestou-se "disponível" para trabalhar em articulação com o Governo da República, mas pediu um olhar "diferente" para os municípios.

"Da mesma forma, estamos disponíveis para trabalhar com o Governo da República, mas sentimos, cada vez mais, a necessidade que estes olhem para os municípios da Região, de forma bem diferente. Não se pode tratar de forma igual o que é distinto. Muito menos despejar competências nos municípios, sem quaisquer contrapartidas financeiras. Isso é "sacudir" responsabilidades, à custa do estrangulamento das autarquias, e com claro prejuízo dos interesses das populações locais. As verbas transferidas do Orçamento de Estado para as juntas de freguesia e municípios da Região, têm, obrigatoriamente, de ser revistas em função das especificidades autonómicas regionais, bem como, pela particularidade da atuação autárquica insular. Não podemos aceitar, ser tratados, como um mero departamento governamental da República, ou como um qualquer distrito, e muito menos, ser coordenados por ministros com tutelas autárquicas, sem conhecimento profundo da realidade insular. Aliás, é chegado o momento deste país dizer basta! Basta de continuarmos a observar, de forma subserviente e tolerante, ao degradar progressivo de todo um Estado. Até quando, Portugal vai aguentar em silêncio esta carga fiscal asfixiante, que persiste em dizimar sobretudo a nossa classe média, condenando-nos ao empobrecimento?

Até quando, nos vamos deixar iludir pela ficção do fim da austeridade, que nos foi apregoada por este Governo da República, e permitir que o país continue a persistir nas políticas de baixos salários, forçando os nossos jovens, muitos deles quadros qualificados, a procurarem um futuro melhor noutros países e sujeitando os mais velhos a reformas de subsistência, de miséria e a uma vivência sem dignidade?

Até quando, vamos continuar a assistir, sem esboçar reação, à arrogância manipuladora deste Governo da República, que castiga quem não ostenta a mesma cor política, desonrando compromissos assumidos, subtraindo verbas a que estes teriam direito, na esperança de que assim se verguem ao seu despotismo?", vincou Pedro Calado.

Redação