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Motociclistas estacionaram as motos e manifestaram-se a pé no Funchal

JM-Madeira

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Data de publicação
16 Outubro 2021
20:21

O Funchal foi uma das cidades do país onde, neste sábado, motociclistas se manifestaram contra a imposição de inspeções obrigatórias aos motociclos a partir de janeiro de 2022. Ao contrário do que aconteceu em Lisboa, Porto, Coimbra e Faro, no Funchal e no Porto Santo o protesto foi feito a pé.

A manifestação, com dezenas de participantes, apanhou de surpresa muitas pessoas que àquela hora circulavam pela baixa do Funchal.

Os motociclistas estacionaram os respetivos veículos na Avenida Sá Carneiro e percorreram a pé parte da Avenida do Mar, passando em frente à Assembleia Legislativa e ao Palácio de São Lourenço, não em linha reta, mas atravessando de um lado para o outro da rua, em bloco, sempre com a supervisão de agentes da PSP.

Em declarações à 88.8 JM FM, ainda antes das ações realizadas, António Francisco, coordenador do protesto promovido pelo Grupo de Ação Motociclista - GAM, disse que no caso da Madeira "o Comando Regional da PSP fez uma má interpretação da lei", por isso a manifestação foi apeada.

'Inspeção garante receita, não previne sinistralidade', 'Resolvam os problemas que causam 99,7% dos acidentes com motos' e 'IPO não previne 99,7% dos acidentes' eram algumas das mensagens que os manifestantes exibiram em folhas A4 durante o percurso.

No final, junto ao Hotel CR7, o representante do GAM na Região, Rui Zacarias, agradeceu a grande adesão verificada e apelou a que se mantenham unidos em prol de uma questão que a todos diz respeito. Agradeceu também a forma ordeira como decorreu a iniciativa.

Ao JM, o mesmo responsável, que tomou a dianteira da manifestação ao lado dos dirigentes das associações motards da Região aderentes, disse que a inspeção obrigatória não faz sentido, atribuindo as principais culpas pela sinistralidade com motos às más condições de algumas estradas e a erros humanos. Segundo ele, os motociclistas são os primeiros a zelarem pelo bom estado dos seus veículos.

Num manifesto enviado às redações, o GAM refere que estudos recentes demonstram que apenas 0,3% dos acidentes têm como causa principal o veículo, questionando as causas dos "restantes 97% dos acidentes".

Na origem desta questão está uma diretiva europeia de 2014 cujo prazo de transposição para a legislação nacional acaba no final de 2021, estando em causa a inspeção periódica obrigatória (IPO) para os veículos com uma cilindrada superior a 125 cm3.

No entanto, seria possível evitar a sua implementação se os estados-membros demonstrassem (por via das estatísticas de segurança rodoviária) que o mesmo nível de segurança pudesse ser obtido com medidas alternativas. Essa exclusão foi alcançada por Irlanda, Holanda e Finlândia, sendo que Dinamarca e França anunciaram recentemente um "travão" na aplicação da diretiva, algo que António Manuel Francisco, em declarações à Lusa, defendeu ser igualmente viável para Portugal.

"Aqui não há países privilegiados. Se eles disseram que não, nós também temos condições, desde que haja vontade de assumir", referiu, continuando: "Se França fez isso recentemente, Portugal vai muito a tempo. E o que não falta são alternativas para implementar segurança rodoviária nas motas em relação às IPO, que não vão acrescentar nada. Qualquer ação na estrada por parte das autoridades, PSP ou GNR, consegue controlar o estado dos veículos".

Iolanda Chaves

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