Há trabalhadores de diversos setores que poderão atravessar uma grande crise, porque a pandemia destruiu as suas carreiras. A opinião foi manifestada pelo presidente da Secção Regional da Ordem dos Economistas no programa Com Vida, de Rubina Leal.
Paulo Pereira antevê dificuldades nalguns sectores, que não os do turismo e da construção civil.
"Há uma série de empregos que, porventura, estão destruídos de forma permanente", disse o economista, aos microfones da 88.8, lamentando que o talento e capacidades de trabalhadores mais velhos possa não vir a ser aproveitado.
O presidente da Secção Regional da Ordem dos Economistas antevê também um crescimento descontrolado da economia, que surgirá na sequência da recuperação pós-covid e da injeção de dinheiro via Plano de Recuperação e Resiliência.
Paulo Pereira deixou ainda a crítica ao Estado por ser este o principal responsável pela falta de poupança, e explicou porquê.
"Um trabalhador que recebe o salário mínimo custa a uma empresa cerca de 10 a 11 mil euros por ano, mas recebe metade disto. A empresa estava disposta a dar-lhe os 10 a 11 mil euros por ano, porque a empresa paga. Alguém ficou com a parte do meio e fica caladinho como um rato, e andam sindicatos e patrões a brigar, enquanto quem cria a situação escapa, que é o Estado", atirou.