O MPT - Partido da Terra afirma ter lido Estudo de Impacte Ambiental (EIA) do Sistema de teleféricos e Parque Aventura do Curral das Freiras publicado em participa.pt, e entende que o mesmo deve ser reprovado.
Num comunicado enviado às redações, Valter Rodrigues, coordenador do MPT-Madeira, explica que o "EIA considera que a magnitude de colisão de aves com a zip line e com as cabines é reduzida. De acordo com o mesmo documento, ‘15 espécies encontram-se ainda inseridas no Anexo I da Diretiva Aves, isto é, são espécies ameaçadas’". Nesse sentido, o partido "considera que a perda de poucos espécimes de espécies ameaçadas tem uma grande magnitude na possibilidade de extinção".
Além disso, o MPT aponta ainda que o método utilizado para avaliar a paisagem é "inadequado para a zip line e as cabines", uma vez que "o EIA considera que ‘Os cabos dos sistemas de transporte teleférico e respetivas cabines, são um tipo de infraestruturas que sobressaem na paisagem apenas a distâncias relativamente reduzidas’". O MPT diz ter dúvidas sobre esta afirmação, "não existindo indicadores no EIA que a comprovem", sustenta.
Mais adianta que o EIA declara que "’na sequência dos estudos e observação local pormenorizada da estabilidade das vertentes adjacentes às duas estações e edifícios do Miradouro do Paredão e do Miradouro da Boca da Corrida poderá ser necessário prever o recurso a sistemas de retenção e estabilização da vertente com redes metálicas, barreiras, cabos de aço devidamente fixos às escarpas, através de pregagens e/ou ancoragens’". Ora, o MPT entende que este estudo da estabilidade geológica dos locais "deveria ser feito previamente ao projeto e respetivo EIA, sendo que a solução poderá não ser a prescrita no EIA, e poderá ter efeitos na localização do próprio projeto e na paisagem".
"Nem no EIA na memória descritiva do projeto está estudado o efeito dos ventos no teleférico, especialmente a grandes alturas. Salienta-se que quanto maior a altitude maior é a velocidade do vento e que consta que o teleférico do Funchal só funciona para velocidades do vento inferiores a 40 km/h", sublinha.
Face ao exposto, o MPT é de opinião que o EIA deve ser reprovado.