Rubina Leal destacou hoje, na abertura das XI Jornadas de Psiquiatria e Saúde Mental, organizadas pela Casa de Saúde São João de Deus, a relevância crescente da saúde mental num contexto de rápidas transformações sociais, tecnológicas e epidemiológicas,

“A saúde mental não é um tema periférico: é central no bem-estar individual e coletivo, essencial ao pleno exercício da cidadania, à coesão social, à produtividade e à qualidade de vida”, disse.

Referindo os dados do Observatório Regional de Saúde Mental, apontou que cerca de 15% da população adulta ativa na Madeira sofre, em determinado momento, de alguma perturbação mental, e, entre os jovens, quase 30% já tiveram acompanhamento psiquiátrico.

Estes números, segundo Rubina Leal, revelam “a vulnerabilidade de muitos e a urgência de reforçar os serviços e diversificar as respostas, desde a prevenção até à reabilitação”.

“Sofrer de uma perturbação mental não é um fracasso pessoal, mas muitas vezes o reflexo de determinantes sociais, económicos e biológicos”, sublinhou, apelando à responsabilidade coletiva — governo, sociedade civil e redes comunitárias — na criação de soluções integradas.

A presidente da ALRAM destacou o trabalho da Casa de Saúde São João de Deus, que considera “uma instituição central no ecossistema da saúde mental madeirense, com mais de 200 colaboradores que cuidam de cerca de 330 utentes”.

Sublinhou ainda o papel determinante da instituição no combate às Novas Substâncias Psicoativas (NSP), problema que considerou “uma ameaça à saúde mental das futuras gerações”.

Como mensagem final, fez votos para que estas jornadas inspirem não apenas reflexão, mas também ação, através da criação de protocolos, redes locais de apoio e investimentos sustentados, lembrando que “a saúde mental é um bem público, cuja defesa exige coragem, persistência e solidariedade”.

O Dia Mundial da Saúde Mental é assinalado esta sexta-feira, dia 10 de outubro.