A coordenadora do RIR Madeira, Liana Reis, disse hoje que o assinalar do 25 de abril deve ser visto como um momento para "olharmos de frente e contribuirmos para impedir que as tentações de matar a liberdade e de impedir a capacidade de decidir sem medo, possam emergir, mesmo que em formas diferentes."
"Na prática em roupagens distintas, mas que trazem consigo o mesmo medo. Medo de falar, medo de discordar, medo de enfrentar os poderes. Formas que representam receios que vão para além da livre expressão, mas que ainda convivem numa sociedade em democracia", referiu, em comunicado.
"Medos que têm outras formas. Não se vestem de preto nem se chamam Salazar, mas em certos momentos e em determinados contextos, e num quadro de análise envolvendo pessoas mais frágeis, menos protegidas e mais dependentes, têm exatamente o mesmo efeito. Têm exatamente as mesmas perversas e medonhas consequências", acrescentou.
Por isso, refere, "para além da contemplação pelo prazer de nos expressarmos livremente, de pensarmos sem amarras e de podermos decidir a nossa vida de forma individual, temos de arregaçar as mangas para denunciar, mas também lutar, contra todos aqueles que ousam matar a genuína democracia que traduz a liberdade."
"Neste dia de liberdade esperamos que seja também um dia de esperança. Este deve ser o dia onde o povo saiba reconhecer que estamos melhor que antes do 25 de Abril, mas que temos ainda muito caminho a percorrer e que, sobretudo, o ano de 2023 possa chegar ao fim com abril mais forte e mais vivo", conclui.