De modo a contrariar o sentimento generalizado de que os cidadãos estão relativamente afastados das instituições e das políticas europeias, é essencial que sejam encontradas, para o futuro, novas formas de divulgar o projeto europeu, nas suas diversas valências, junto dos cidadãos e em particular dos mais jovens, numa estratégia que deve envolver e reforçar o papel das Escolas e, também, da própria comunicação social. Esta foi uma das preocupações manifestadas, esta semana, durante a Conferência - debate "Ultraperiferia europeia: do conceito geográfico ao político", dinamizada no âmbito do "Compromisso 2030", que teve como oradora Isabel Valente.
Um afastamento que, embora exigindo novas estratégias, não é tão expressivo como foi outrora, conforme vinca o coordenador do "Compromisso 2030" para a temática da "União Europeia e Globalização", Marco Teles, sublinhando acreditar que os Madeirenses e Porto-Santenses estão cientes da importância que a União Europeia representa (e representou) para o desenvolvimento da Região. "Obviamente que existe algum distanciamento em relação às temáticas europeias que merece uma reflexão e uma atuação concertada e que, relativamente aos jovens, precisa de ser trabalhado com base na procura de novos caminhos que tragam a juventude para o centro do debate em torno da Europa", disse, frisando que esta tarefa "não é impossível, longe disso, mas exige novas (e inovadoras) abordagens à forma como temos de apresentar e fazer valer o projeto europeu junto das novas gerações".
Paralelamente e, no âmbito desta Conferência, foram abordados os constrangimentos que muitas vezes se colocam na afirmação do Estatuto da Ultraperiferia, numa Europa onde "novos" territórios procuram chamar a si algum tipo de discriminação positiva - nomeadamente os territórios insulares que, não sendo ultraperiféricos, reclamam também uma atenção especial da União Europeia, numa oportunidade em que a oradora fez questão de alertar para a necessidade "de reforçar a união entre as 9 regiões que compõem o núcleo das RUP, de modo a falarem a uma só voz nas suas reivindicações e superarem, com sucesso, os desafios que a União Europeia enfrenta, nomeadamente ao nível das transições ecológica e digital".