A deputada Marta Freitas, do Partido Socialista, questionou o Governo Regional sobre a gestão da saúde e a falta de execução de investimentos previstos nos orçamentos da Região. A intervenção foi dirigida à Secretária Regional da Saúde, acusando a atual gestão de não enfrentar de forma adequada os problemas estruturais que afetam o setor da saúde.

Marta Freitas destacou que o principal problema na saúde regional não é a falta de ambulâncias, como tem sido frequentemente anunciado, mas sim a ausência de planeamento estratégico e de uma execução efetiva dos investimentos prometidos. “Na saúde, o problema não é clínico, é de planeamento estrutural, gestão financeira e execução orçamental”, afirmou, sublinhando que os investimentos anunciados em diversos orçamentos acabam por ser repetidos sem concretização, o que compromete o sistema de saúde.

A deputada também fez referência ao último parecer do Tribunal de Contas, que alerta para as fragilidades estruturais do sistema de saúde, onde as despesas correntes são dominantes e o investimento em áreas essenciais é residual.

A parlamentar alertou para a falta de execução de projetos do PIDAR (Plano de Investimentos e Desenvolvimento da Região), com 29 projetos na área da saúde e proteção civil a transitarem de um orçamento para o outro sem que se concretizem. “O problema não é o transitar dos projetos, mas a falta de execução contínua. São apenas números repetidos de ano para ano”, afirmou.

A deputada também criticou a falta de investimento em áreas como a formação e a melhoria das plataformas digitais destinadas aos utentes, mencionando que, embora o Governo tenha afirmado que reforçaria essas áreas, o financiamento foi cortado em vez de ser aumentado.

Concluiu a sua intervenção sublinhando que, apesar de todos esses problemas, o sistema de saúde continua a funcionar graças ao esforço diário dos profissionais de saúde, que, segundo ela, fazem “milagres” com recursos escassos e sobre pressão constante.