Os produtores de banana da Madeira exigiram hoje o pagamento de 90 cêntimos por quilograma, em vez dos atuais 65, e consideraram insuficiente o apoio extraordinário do Governo Regional para o primeiro semestre.
Em declarações aos jornalistas, no Funchal, o presidente da Associação de Organizações de Produtores da Banana (ABAMA) afirmou que, tendo em conta as despesas e o atual custo de vida, a banana devia ser paga pela GESBA (empresa pública que gere o setor) "pelo menos a 90 cêntimos" por quilo, em vez dos atuais 0,65 euros.
Questionado sobre o apoio extraordinário de 10 cêntimos por cada quilo entregue no primeiro semestre, Antonino de Abreu defendeu que a medida é insuficiente e solicitou que o mesmo seja feito para o segundo semestre.
"Ele [secretário regional da Agricultura] vem dar esses 10 cêntimos é de janeiro até junho que é para a gente se calar. Eu quero que ele me dê de junho até ao fim do ano. Porque de janeiro até junho, eu não tive tanta banana como de junho até ao fim do Natal", apontou o presidente da associação.
Antonino de Abreu denunciou ainda que a GESBA tem falta de pessoal neste momento e está a demorar a apanhar a banana dos produtores que não têm capacidade para o fazer.
A situação, referiu, está a provocar semanas de espera e, consequentemente, prejuízos para os produtores, com o desperdício de banana.
O secretário regional da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Humberto Vasconcelos, anunciou em outubro que os produtores de banana na Madeira vão receber um apoio extraordinário de 10 cêntimos por cada quilo entregue no primeiro semestre, num investimento de 1,1 milhões de euros da GESBA.
O titular da pasta da Agricultura no Governo Regional (PSD/CDS-PP) adiantou, igualmente, que no final do segundo semestre "será feita uma nova análise para que, com base nos indicadores verificados, seja possível distribuir um novo apoio extraordinário".
Lusa