O segundo diploma a subir ao plenário madeirense na manhã desta terça-feira é da autoria do PS e fundamenta-se num projeto de resolução, intitulado ‘Elaboração de Plano de Contingência Integrado para o Aeroporto Internacional da Madeira – Cristiano Ronaldo’.

No documento, explanado pela deputada Isabel Garcês, consta que “o Aeroporto Internacional da Madeira, apesar de ser uma infraestrutura essencial para a mobilidade dos madeirenses e para a economia regional, nomeadamente o setor turístico, encontra-se frequentemente sujeito a constrangimentos operacionais devido a condições atmosféricas adversas, como ventos fortes e cruzados ou, de forma menos ocasional, de má visibilidade, que impedem a aterragem e descolagem de aeronaves. A sua inoperacionalidade, mesmo que temporária, tem impactos diretos e significativos na vida das pessoas e na economia regional, levando a atrasos, cancelamentos de voos e desvio de aeronaves”.

A deputada socialista leu ainda que “para os madeirenses, os constrangimentos no aeroporto representam, muitas vezes, a impossibilidade de regressar à sua terra ou de dela sair, afetando situações pessoais e profissionais de grande importância, como deslocações médicas, obrigações profissionais, jovens a estudar fora da Região, viagens de atletas e equipas desportivas, entre outras. Já para os turistas, os atrasos e cancelamentos constituem experiências negativas que se repercutem na reputação e imagem do destino Madeira, afetando negativamente a confiança dos operadores turísticos e das companhias aéreas”.

Ora, “para além do impacto social, os prejuízos económicos são significativos: os cancelamentos de voos, a pernoita forçada de passageiros, a pressão sobre os hotéis e os serviços de transporte, bem como a desorganização dos fluxos turísticos, traduzem-se em perdas diretas e indiretas na nossa economia”.

O Partido Socialista considera que “apesar desta realidade não ser nova, por parte do Governo Regional nunca foi elaborado um plano de contingência estruturado, eficaz e transparente que permita mitigar os efeitos da inoperacionalidade do aeroporto, garantir informação atempada aos passageiros, articular respostas com os operadores turísticos e companhias aéreas, reforçar alternativas de transporte ou alojamento temporário, e acautelar a segurança e o bem-estar dos utentes”.

Neste contexto, “é urgente e imprescindível que o Governo Regional da Madeira elabore e apresente publicamente um Plano de Contingência para o Aeroporto Internacional da Madeira, que seja testado, atualizado periodicamente e envolva todos os agentes relevantes, desde as autoridades aeroportuárias às companhias aéreas, empresas de handling, passando pelos operadores turísticos, operadores marítimos, hotelaria e forças de segurança”.

Para o PS, “a utilização do Aeroporto do Porto Santo deverá ser assegurada, dado ser a única alternativa viável e existente na Região Autónoma da Madeira capaz de impedir que as divergências impossibilitem os passageiros de chegar ao seu destino final. Além da utilização do Aeroporto do Porto Santo, é necessário assegurar uma ligação marítima inter ilhas, que permita a mobilidade dos passageiros desviados para o referido aeroporto”.

“Compete ainda ao Governo Regional nesta matéria, em estreita articulação com o Governo da República, estabelecer as fontes de financiamento e as responsabilidades de cada organismo”, releva o PS.