O presidente da Juventude Socialista da Madeira afirmou hoje que a resolução dos problemas dos jovens madeirenses não pode continuar a ser adiada e que estes também não podem continuar a adiar os seus sonhos.
Numa carta aberta aos jovens da Madeira e do Porto Santo, no âmbito do Dia Nacional da Juventude (ontem assinalado), Olavo Câmara alertou para a importância de "reafirmar as prioridades desta faixa etária, concretamente Educação, Emprego, Habitação, Mobilidade, Coesão Territorial e Participação de "uma juventude que se quer progressista, ambientalista e ativista", referindo que "os tempos são incertos e difíceis", mas que "os jovens não podem continuar a adiar os seus sonhos" e que têm de reafirmar as suas prioridades".
"Todas as gerações têm as suas dificuldades, as suas lutas, os seus desafios e as suas causas, mas a nossa enfrenta a segunda crise", afirmou Olavo Câmara, referindo-se aos anos de 2008 e de 2020.
No caso da crise de 2008, o presidente da JS-M lembrou que este que teve consequências devastadoras para a juventude e para a emancipação jovem.
"Vimos a entrada no mercado de trabalho adiada, normalizou-se o trabalho precário, os baixos salários, a instabilidade laboral e profissional e passou a ser normal viver na casa dos pais após os 30 anos", constatou, acrescentando que a construção de uma vida pessoal e familiar foi retardada e que as oportunidades são cada vez menos e cada vez mais concentradas nas grandes cidades.
Agora, ressalvou Olavo Câmara, atravessamos uma segunda crise. "Não sabemos como vamos sair dela, mas sabemos que vamos ser a primeira geração que vive pior que a geração dos seus pais. E sabemos que a palavra adiar veio para ficar. Adiar sonhos, adiar projetos profissionais e pessoais, adiar a vida familiar", frisou, sublinhado que, mais do que nunca, são necessárias respostas.
"A Madeira não pode continuar a adiar a resolução dos problemas dos jovens madeirenses! Não podemos aceitar que continuemos a ter as piores taxas do país em desemprego e emigração jovem, que o abandono escolar precoce continue a ser uma realidade ou que ainda haja jovens a não ingressarem ou a abandonarem o ensino superior por questões financeiras", afirmou, decarando ser "inaceitável" que "se continue a achar normal os jovens terem uma vida profissional precária, com baixos salários, com consequências no acesso à habitação, à mobilidade e na sua vida pessoal e familiar".
Por outro lado, disse que não se pode aceitar que os jovens do Porto Santo e do Porto Moniz continuem a ter menos oportunidades do que os jovens do Funchal.
"Que este dia, como os seguintes, seja de afirmação das nossas lutas e causas, que são as causas de sempre: mais educação, mais emprego, mais habitação, mais mobilidade, mais coesão territorial, mais participação. Que seja de afirmação de uma juventude que se quer progressista na nossa sociedade, que diz não às desigualdades sociais e económicas, que diz não ao racismo, xenofobia e machismo, e que diz sim ao ambiente, à sustentabilidade, à descarbonização, que é ativista e que luta por uma Madeira melhor", concluiu.
Redação