Na sua alocução na tomada posse do XIV Governo Regional Madeira, no Salão Nobre da Assembleia Regional, José Manuel Rodrigues desfiou quais as prioridades do Executivo de Miguel Albuquerque, no seu entendimento.
"Se o anterior Governo Regional teve a sua ação marcada por fatores externos adversos, como, logo que iniciou funções, a pandemia, depois a guerra e, mais recentemente, a inflação e a subida das taxas de juro, e apesar de tudo a Madeira conseguiu recuperar e crescer economicamente, o Governo ora empossado tem pela frente a tarefa de enfrentar não só as consequências económicas de duas guerras, como de, internamente, assegurar a estabilidade política e cumprir o seu Programa, sem deixar de atender aos sinais emitidos pela população nas últimas eleições", consoante explanou
"A nova orgânica do Governo, com a redução de Secretarias e o consequente emagrecimento da estrutura da administração pública, visando uma maior operacionalidade, é com certeza um primeiro efeito da leitura do voto dos madeirenses e do que é necessário fazer para melhor responder aos problemas, anseios e aspirações dos nossos cidadãos", acrescentou
"Estamos confrontados com vários desafios e problemas, aos quais vamos ter de responder nos próximos anos", enumerando-os: "as novas exigências colocadas pelo envelhecimento da população; o agravamento das doenças mentais e das toxicodependências; o reforço dos meios de defesa perante as alterações climáticas e a capacidade de resposta face aos fenómenos extremos a que somos, frequentemente, sujeitos; a necessidade de termos melhor coesão territorial e maior equilíbrio na ocupação do território em todo o arquipélago; a recuperação da qualidade de vida da classe média, asfixiada pela carga fiscal e pela subida dos juros; a adequação dos salários de quem trabalha à subida do custo de vida; a urgência de assegurar a estabilidade laboral e os rendimentos dos jovens, evitando a sua saída das nossas ilhas; aumentar a mobilidade social, que é o garante de uma sociedade harmoniosa e inclusiva; a aceleração do projeto, já em curso, que pretende garantir o acesso de todos a uma habitação condigna; o acolhimento dos imigrantes, chamados a contribuir para o desenvolvimento regional; a diversificação e modernização da economia, de que o Centro Internacional de Negócios deve continuar a ser um pilar, preparando a Região para um mundo competitivo onde impera a digitalização e a inteligência artificial; a redução dos custos de insularidade e de ultraperiferia para cidadãos, famílias e empresas; a renegociação da dívida regional junto do Estado, um fator que condiciona toda a governação da Região Autónoma da Madeira".
Mas, "sejamos claros: só será possível responder com rapidez e eficácia a todos estes desafios e problemas se tivermos mais Autonomia legislativa e fiscal e a capacidade de fazer leis e de ter políticas adequadas à nossa realidade. É por isso que o desígnio desta Legislatura terá de ser a ampliação dos nossos poderes e competências. Todavia, a revisão da Constituição, em curso na Assembleia da República, é uma mera simulação que visa apenas maquilhar o sistema político e fazer de conta que se avança na nossa Autonomia", aditou.
David Spranger