Núcleo Regional da Quercus da Madeira realizou, na semana passada, uma ação de limpeza de um terreno agrícola junto de habitações, com o intuito de sensibilizar para a prevenção de incêndios rurais.
"Apesar da legislação obrigar os proprietários a limpar os seus terrenos e, se estes não o fizerem, a câmara poder substituir-se aos mesmos, imputando-lhes os custos, a verdade é que, em inúmeros casos, isto não acontece, verificando-se uma enorme vulnerabilidade aos incêndios", expressa o núcleo, em comunicado enviado à imprensa.
"É preocupante ver o abandono do meio rural, que se está a traduzir por uma ocupação dos terrenos agrícolas por mato, o que faz aumentar a vulnerabilidade aos incêndios. Agora que o estado do tempo se carateriza pelo calor e por menor humidade, pede-se bom senso por parte dos cidadãos e das entidades públicas. Não se pode utilizar o fogo no meio natural e não se pode autorizar a queima de fogo de artifício, de fachos, ou de outro tipo. Atitudes destas são irresponsáveis, não se admitindo que possam ocorrer", alertam.
Deste modo, considerando que é "preciso mudar atitutes", o Núcleo refere que "é urgente intervir na imensa área ocupada por plantas invasoras (acácias, eucaliptos, tabaqueiras, carquejas, silvados) e substituí-las por plantas nativas mais resistentes ao fogo (loureiros, faias, folhados, uveira da serra) e por plantas com interesse agrícola. É urgente restaurar ecossistemas. É urgente travar este abandono dos campos e apoiar uma agricultura regenerativa, que suporte a biodiversidade, produza alimentos mais saudáveis e contribua para uma maior autonomia alimentar".
Por fim, o núcleo considera "fundamental perceber que temos de diversificar as atividades económicas, não fomentando mais turismo. A intensa visitação das áreas protegidas e comportamentos desadequados de alguns turistas e residentes estão a colocar em risco a sua preservação; Terrenos com elevada aptidão para a agricultura estão a ser destruídos para dar lugar a empreendimentos turísticos. Em algumas localidades desta ilha não existe água para a rega de campos agrícolas. Não se pode permitir a construção de mais piscinas e campos de golfe, porque a água é necessária, em primeiro lugar, para a nossa sobrevivência e não para o lazer. Por favor, olhem para o que está a acontecer à nossa ilha e ao nosso planeta".