Estêvão Fernandes deu a conhecer aos espectadores que, com a elaboração da sua tese de mestrado, concluiu que a iconografia madeirense é "de esperança".
Num estudo que considerou exaustivo, no qual abordou a escatologia ('realidades' que vêm depois da morte), percebeu que, na Região, "há representações, de facto, da missa de São Gregório, da Oração pelas Almas, há representações do Céu, do Arcanjo Miguel, mas não há uma única representação de condenação". Com isto, concuiu que "toda a iconografia que temos é de esperança, que nos leva a uma atitude não de medo e condenação, mas em que a esperança é o verdadeiro motor que nos faz caminhar e isso foi uma descoberta muito particular e partilhada na Universidade Gregoriana. Não encontramos uma única imagem do inferno", revelou.
Neste sentido, Estêvão Fernandes reforça que "o dinamismo da esperança está enraizado naquilo que é a nossa entidade insular". Constatação esta que levou José Manuel Rodrigues a sublinhar "a paixão", com que o padre fala da matéria.
Lígia Neves