Mais trabalho, mais esforço, mas também mais remuneração no final do mês. O novo acordo, assinado esta manhã na vice-presidência do Governo Regional prevê a revisão dos instrumentos de regulamentação coletiva da carreira de enfermagem e assume-se, na prática, pelo aumento das horas de trabalho. De 35 passou para 42, mas com a vantagem de que os profisisonais de saúde serão livres de aceitar fazer ou não as horas extraordinárias e, caso aceitem, saberão com o que contar, em termos de horário, ao longo do mês de trabalho.

A este respeito, o presidente do Sindicato dos Enfermeiros da Madeira, Juan Carvalho, explica que este acordo tem um regime de horário excecional e foi criado por causa da pandemia e do acréscimo exponencial dos cuidados de enfermagem.

O ideal, realça, é que os enfermeiros trabalhem as 35 horas e os serviços tenham a dotação necessária destes profissionais.

Questionado se, mais horas de trabalho, não acabará por desgastar ainda mais os profissionais de saúde, Juan Carvalho teme que esta situação aconteça, até porque, há quase um ano, que os enfermeiros estão a ser chamados para vários serviços, quase ao mesmo tempo.

"Muitos estão cansados", reconhece, mas também lembra que este novo regime de horário acrescido vem criar "previsibilidade para quem gere" e, do ponto de vista do enfermeiro, vai permitir que ele, desde a primeira hora, saiba com o que pode contar".

A mesma opinião foi partilhada por Evaristo Faria, representante na Madeira do Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal e igualmente por Dino Fernandes, presidente da Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros, que também participaram na assinatura deste novo acordo.

Lúcia M. Silva