A Madeira já mobilizou dois milhões de euros do Plano de Recuperação e Resiliência para a cibersegurança da Administração Pública, disse hoje o secretário das Finanças, afirmando que o executivo também garante “investimento contínuo” nesta área através do Orçamento Regional.

“Num cenário em que os riscos cibernéticos são cada vez mais frequentes e sofisticados, cabe-nos garantir que os serviços públicos estão preparados, protegidos e capazes de responder a essas ameaças”, disse Duarte Freitas.

O secretário regional das Finanças falava na conferência de apresentação do Plano Estratégico Global de Cibersegurança e do Programa de Cibersegurança da Administração Pública, que decorreu no salão nobre da sede do Governo Regional, no Funchal.

“Resultam de um trabalho técnico profundo, mas partem de uma decisão política clara, a de reforçar a resiliência digital do setor público regional”, declarou.

Além de ter canalizado já dois milhões de euros do Plano de Recuperação e Resiliência para a área da cibersegurança desde 2023, o executivo madeirense (PSD/CDS-PP) criou o Centro de Competência em Cibersegurança da Madeira.

Trata-se de um “consórcio regional” que inclui a Universidade da Madeira, a ARDITI – Agência Regional para o Desenvolvimento da Investigação, Tecnologia e Inovação, a Associação de Comércio e Indústria do Funchal, a Associação de Municípios da Madeira e a Startup Madeira.

“Até março de 2026, o Centro de Competências irá apoiar diretamente cerca de 130 entidades, entre organismos públicos da administração regional e local e pequenas e médias empresas”, disse o governante, explicando que o apoio inclui formação, avaliação de riscos, testes de segurança e preparação para incidentes.

Duarte Freitas destacou também a aprovação em Conselho do Governo Regional, na quinta-feira, da Política Geral de Cibersegurança (PGCiber).

“Esta medida procura uniformizar as práticas de segurança digital em todos os serviços públicos, estabelecendo um modelo de governança que garanta a segurança dos mesmos e a confiança dos cidadãos”, explicou.

O Governo Regional tem, simultaneamente, colaborado com entidades nacionais, como o Centro Nacional de Cibersegurança, e com parceiros privados, para garantir que “a Madeira acompanha as melhores práticas” e que “evolui ao ritmo das novas exigências tecnológicas”.

Duarte Freitas sublinhou que o Plano Estratégico Global de Cibersegurança e o Programa de Cibersegurança da Administração Pública, hoje apresentados, constituem “mais um passo para garantir uma Administração Pública mais segura, mais estável e mais preparada”.

“Ao aprovar estas medidas, o Governo Regional reafirma, assim, o seu compromisso com a segurança digital, assegurando que os cidadãos possam reforçar a confiança nos serviços públicos, mesmo num cenário de crescente digitalização e interconexão”, afirmou.

O Plano Estratégico Global de Cibersegurança e o Programa de Cibersegurança da Administração Pública foram elaborados pelo Gabinete Regional para a Conformidade Digital, Proteção de Dados e Cibersegurança.

“O que se fez foi analisar toda a Administração Pública, incluindo as escolas, e a partir daí definir uma estratégia que foi validada pelo Governo”, explicou o diretor do organismo, Martin Freitas, vincando que o objetivo é colocar a região alinhada com os modelos europeus de cibersegurança.

Martin Freitas disse que o plano prevê, entre outros aspetos, a formação contínua dos dirigentes e funcionários dos organismos públicos, considerando que “no trinómio pessoas, processos e tecnologias o ponto fraco são as pessoas”.

“Os ataques são cada vez mais sofisticados e, por isso, é importante esta formação contínua”, alertou.