Élvio Sousa declarou, esta manhã, na Assembleia Legislativa Regional, que "a formalização do contrato para a concessão da construção do sistema de teleféricos para a zona do Curral das Freiras, que decorreu a 13 de outubro de 2023 está, na perspetiva do JPP, envolta em contornos pouco claros, e que pode resultar em mais um negócio ruinoso para a Região".
"Repare-se que, numa primeira fase, e envolto em secretismo, o Governo veio a terreiro dizer que o investimento seria exclusivamente privado num montante de 35 milhões, para depois vir emendar a mão e afirmar que afinal vai haver dinheiro proveniente do erário na aquisição de terrenos e acessibilidades", recordou o líder do JPP.
Na ocasião, o deputado criticou a "falta da transparência" no processo, acrescentando que "a assinatura do contrato em meados de outubro e a decisão que autorizou a adjudicação apenas a quatro dias antes das eleições regionais de 24 de setembro, vem adensar ainda mais a natureza opaca deste negócio. Recordamos, também, que a empresa a Inspire Capital Atlantic, uma sociedade por quotas, foi criada em 2020".
Para o JPP, "o mais grave" e "que vem adensar a natureza ruinosa do negócio", é o valor que o concessionário prevê pagar à Região, "uma renda mensal de apenas 2.000 euros durante 60 anos". "Uma ‘pechincha’ de 1,4 milhões de euros, ao final de 60 anos de concessão, um verdadeiro ‘negócio da China’ para o promotor, e um investimento ruinoso para a Região. Repara-se que, enquanto Miguel Albuquerque tem vindo ultimamente a queixar-se da perda de receita da República para a Região, com este tipo de negócio ruinoso coloca em causa a sustentabilidade das finanças regionais", frisou Élvio Sousa.
"Este é mais um empreendimento que se junta a uma já extensa lista de negócios com a chancela PSD, que são lesivos para o erário, cujo impacto ruinoso faz recordar concessões como a do estacionamento do Hospital do Funchal ou a marosca da Quinta Escuna", rematou.