O JPP esteve, hoje, em Câmara de Lobos, numa iniciativa em que o candidato número dois da lista à Assembleia da República, Ricardo Melim, assumiu o compromisso de “não abandonar” a classe de pescadores, prometendo lutar por melhores condições e maiores quotas de pesca.

Na ocasião, o candidato referiu que as “dificuldades e problemas” dos pescadores “não têm merecido a devida atenção” do Governo Regional, sublinhando que “as pessoas não têm noção da vida dura de um pescador”.

Ricardo Melim reiterou o “abandono” por parte do Governo Regional aos pescadores, lembrando que “meteu a Secretaria das Pescas junto com a Economia”, entregando o setor “a um secretário que não sabe distinguir um pargo de uma garoupa”, acusando, também, a Coopesca de “apenas defender-se a si própria”, considerando que os pescadores “são mal defendidos pela associação que os devia defender”.

“Estes homens andam a deixar de pescar em maio. Estão sete meses à espera para trabalhar, com contas para pagar, filhos para criar e famílias para sustentar”, realçou, recordando que Portugal “tem uma das maiores linhas de costa e uma das menores quotas”, pelo que defende que o país “devia reivindicar e ter um maior poder negocial ao nível europeu”, apontou.

Ricardo Melim afirma, ainda, não entender porque razão os pescadores da Madeira não recebem apoio do POSEI, uma vez que “todos os pescadores de peixe fino, no país e nos Açores, recebem esse apoio”, enquanto que “o pescador de peixe fino na Madeira não recebe”. Assim sendo, o JPP garante que vai inquirir as autoridades competentes para compreender o motivo “desta injustiça”.

O candidato do Juntos Pelo Povo denunciou, também, que “a frota de pesca ao peixe espada preto está dez anos ultrapassada”, o que a seu ver leva os pescadores a ir para o mar “sem condições de trabalho e de segurança”. “Arriscam a vida todos os dias. Eles sabem que vão, mas não sabem se voltam”, frisou.

Mais acrescentou que “havia a expetativa de ser inscrita uma verba no orçamento para renovação da frota”, pelo que o JPP “quer saber se essa verba é apenas para enfeitar a sala ou para arrancar com o processo de renovação da frota como os pescadores precisam e merecem, porque a vida do mar é dura”.

“Precisamos de olhar com seriedade para o setor das pescas, precisamos de uma secretaria regional que seja forte e que tenha um secretário regional que perceba de pescas, que fale com estes homens, que dê a cara e que os oiça”, salientou, garantindo que o JPP “nunca mais vai largar este tema das pescas”. “Podem estar abandonadas pela secretaria, pela Coopesca. Por nós, não vão ser abandonados”, rematou o candidato.