"É impressionante o desplante de se tentar apresentar este projeto como um sucesso." Isso mesmo o diz Nuno Morna, coordenador da Iniciativa Liberal na Madeira, sobre o projeto de produção de microalgas no Porto Santo.
"Já não estranhamos esta necessidade que alguns têm de relembrar os sucessivos um desvarios da governação socialista regional. Esta brilhante ideia das algas tem todo o potencial para conseguir superar a Marina do Lugar de Baixo, uma vez que o investimento afundado já supera, e muito, os 45 milhões de euros que se conseguem seguir. Daí para cima é uma nebulosa. A trapalhada foi de tal forma que houve verbas comunitárias que tiveram que ser devolvidas ao IDE. E a 'alga' continua a crescer...", refere o líder do partido na Região.
Nuno Morna recorda que a ideia inicial que presidiu a este projeto era a de tornar o Porto Santo auto-sustentável, em termos energéticos. "Era a 'bioelectricidade' que a 'bioenergia' iria produzir. Alberto João Jardim chamou-lhe o 'primeiro campo bio-petrolífero do mundo'. Em março de 2017, uma das saídas para esta monumental incompetência era a alimentação. Rui Rebelo, na altura presidente da EEM, dizia mesmo que isto era um 'contributo enorme que a região está a dar para este novo conceito'. Dizia, em março de 2017, que a produção de energia seria iniciada em abril desse mesmo ano, ou seja, um mês depois", recorda a IL Madeira.
Só que, contudo, "no final, o que aquele sorvedouro fez foi estoirar mais dinheiro", prossegue, apontando que "não houve energia, nem biscoitos ou geleias", apenas "uma verdadeira palhaçada, um assumir de que é preciso alimentar o monstro." Referindo-se a Pedro Calado, Nuno Morna refere que o então vice-presidente, agora presidente de Câmara, "absurdamente optimista com os resultados", falou de "milhões de euros de receita resultado de toneladas de biomassa exportada", mas esqueceu-se, porém, de apresentar qual o valor da despesa.
"Com contratos esquisitos, tubos de qualidade duvidosa, patentes em 'offshores' e sucessivas brigas e mudanças de acionistas, o projeto mostrou ser um flop. A eficiência energética é tão baixa que para conseguir cumprir os objetivos inicialmente apresentados seria necessário cobrir quase todo o Porto Santo de tubos... Mas se o negócio deixou de ser energia e passou a ser 'caldo verde', como lhe chamou figura grada do PSD, porque é que a EEM continua no negócio? Perguntamos mesmo se continua a existir negócio? E a talho de foice uma última pergunta: vão exportar para quem? Com que destino? Para quê?", questiona Nuno Morna, concluindo dizendo que as algas "exalam um cheiro putrefacto e mereciam muito ser investigadas por quem de direito."