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"Habitação a custos controlados não serve quem mais precisa", alerta a CDU

JM-Madeira

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Data de publicação
10 Novembro 2022
17:56

A CDU reuniu, nesta tarde, com o Instituto de Segurança Social da Madeira, IP - RAM no âmbito da iniciativa 'Empobrecer', e no final deste encontro de trabalho foram apresentadas à Comunicação Social algumas notas de destaque sobre as questões que foram abordadas.

Pela CDU, Edgar Silva referiu que foram expostos os problemas relacionados com os novos fatores de agravamento da situação social na Região Autónoma da Madeira. "A maioria dos sinais e indicadores disponíveis apontam para um aprofundamento das disparidades sociais, das desigualdades económicas e dos abismos no acesso aos bens essenciais", disse.

De acordo com Edgar Silva, "emergem novos fatores de agravamento da situação económica e de crise social. Para além daqueles que já viviam na pobreza, para além daquele quarto mundo, a par das vítimas da grande e da extrema pobreza, hoje, os não pobres ou os ainda-não-pobres sentem novas ameaças e muito concretas. Existem novos mecanismos de exclusão social e de risco de pobreza, sobretudo, para aquelas pessoas que vivem do rendimento do seu trabalho, os micro e pequenos empresários, milhares de reformados e pensionistas, perante o atual assalto aos rendimentos através da carestia de vida e da especulação imobiliária, devido ao aumento do custo de bens e serviços básicos, com o aumento das taxas de juro, com as acrescidas dificuldades no acesso à habitação".

Para a CDU, como afirmou Edgar Silva, "a Região não está preparada, nem se está a preparar, para os impactos, em particular, no sector da habitação. Muitos dos "ainda-não-pobres" perderão o direito à sua casa, e este será um novo fator de exclusão social para muita gente". Disse ainda que "não será através da "habitação a custos controlados que a Região contribuirá para responder ao agravamento deste drama social. A habitação a custos controlados, que conta com investimento público, através de financiamentos europeus, é inacessível para quem mais precisa de uma resposta sócio - habitacional. Habitações que rondarão os 180 e os 200 mil euros não serão para quem vive a emergência social".

Nesta reunião a Segurança Social fez-se representar por Micaela Freitas e André Rebelo que, partilhou Edgar Silva, referiram não estar ainda a ser sentido diretamente pela Segurança Social as expressões mais incisivas dos novos processos de empobrecimento. Para a Segurança Social, só numa outra fase posterior é que se tornarão mais sentidos estes processos.

Redação

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